
O Departamento de Estado dos EUA disse na quarta-feira que está a reiniciar o processo suspenso para estrangeiros que se candidatam a vistos de estudante, mas os candidatos serão obrigados a desbloquear as contas nas redes sociais para análise.
Segundo o departamento, os funcionários consulares estarão atentos a publicações e mensagens que possam ser consideradas hostis aos Estados Unidos, ao seu Governo, cultura, instituições ou princípios fundadores.
Num aviso tornado público esta quarta-feira, o departamento afirmou que tinha rescindido a suspensão de maio do processamento de vistos de estudante, mas disse que os novos requerentes que se recusassem a colocar as suas contas nas redes sociais como "públicas" e a permitir a sua análise poderiam ser rejeitados.
A recusa em fazê-lo pode ser um sinal de que estão a tentar fugir à exigência ou a esconder a sua atividade 'online'.
No mês passado, a administração Trump suspendeu temporariamente a marcação de novas entrevistas para a obtenção de vistos para estudantes estrangeiros que pretendem estudar nos EUA, enquanto se preparava para alargar a análise da sua atividade nas redes sociais, segundo as autoridades.
"Funcionários consulares procederão a análise exaustiva"
Estudantes de todo o mundo têm esperado ansiosamente que os consulados dos EUA reabram as entrevistas para obtenção de vistos, à medida que a janela que lhes resta para reservar as suas viagens e fazer os preparativos para alojamento se estreita antes do início do ano letivo.
"De acordo com as novas orientações, os funcionários consulares procederão a uma análise exaustiva e minuciosa de todos os requerentes de visto de estudante e de visitante de intercâmbio", declarou o departamento num comunicado.
Estudantes da China, da Índia, do México e das Filipinas publicaram nas redes sociais que têm estado a atualizar os sítios Web de reserva de vistos e a acompanhar de perto as conferências de imprensa do Departamento de Estado para obter qualquer indicação de quando poderão ser retomadas as marcações de entrevistas.
"Para facilitar esta verificação", será pedido aos candidatos que ajustem as definições de privacidade de todos os seus perfis nas redes sociais para 'público'. "A verificação reforçada das redes sociais garantirá que estamos a examinar corretamente todas as pessoas que tentam visitar o nosso país."
Em orientação interna enviada aos funcionários consulares, o departamento disse que eles deveriam procurar "quaisquer indicações de hostilidade em relação aos cidadãos, cultura, governo, instituições ou princípios fundadores dos Estados Unidos".
Demissões em protesto contra medida de Trump
Em 11 de junho, todos os 12 membros do Conselho de Administração que supervisiona as bolsas de estudo Fulbright demitiram-se em protesto contra o que consideram ser a intromissão da administração Trump na seleção dos beneficiários dos prémios.
Segundo um comunicado publicado 'online' pelos membros do Conselho, a administração Trump usurpou a autoridade do Conselho ao negar prémios a "um número substancial de pessoas" que já tinham sido escolhidas.
Outros 1.200 beneficiários de prémios que já tinham sido aprovados para vir para os Estados Unidos estão a ser submetidos a um processo de revisão não autorizado que poderá levar à sua rejeição, afirmaram os membros do Conselho.
A administração Trump tinha alargado os fundamentos para a revogação do estatuto legal dos estudantes estrangeiros e tinha suspendido a marcação de novas entrevistas para a obtenção de vistos de estudante, à medida que aumenta a verificação da sua atividade nas redes sociais.
O Governo dos Estados Unidos também tomou medidas para impedir os estudantes estrangeiros de frequentar Harvard, pressionando a universidade a adotar uma série de reformas.
Com Lusa