O encontro com o Presidente Marcelo demorou cerca de uma hora. À saída, em declarações aos jornalistas, a primeira palavra de Paulo Raimundo foi de “preocupação” com a situação que se vive na Palestina. No que diz respeito ao resultado das eleições, apelou “à resistência” contra o que diz ser a política que “conhecemos quer deste ano, quer do que está agendado para o futuro”.

“A primeira palavra é de preocupação. Não é possível continuar calado, nesta profunda hipocrisia e cinismo face à situação que se passa na Palestina. È preciso acabar com este genocídio”, afirmou, vincando que o “nosso Governo tem obrigação de fazer muito mais do que aquilo que tem feito”.

Quanto às eleições, Raimundo disse que o resultado da CDU “é de resistência” - perdeu um dos quatro deputados que tinha - e que, acrescentou, “nos dá força e determinação”.

“A postura será de combate à política que conhecemos quer deste ano, quer do que está agendado para o futuro. (…) Apelo, [por isso], a todos os democratas, patriotas, porque este não é o momento para ficar è espera de nada, não é o momento de ilusões. Não precisamos de esperar para o desmantelamento total do SNS, pelo assalto à Segurança Social, (…) é agora que é preciso travar. E é este apelo que fazemos a todos, um apelo de resistência e de abrir caminho”

Questionado sobre a intenção manifestada pela Iniciativa Liberal (IL) de abrir um processo de revisão constititucional, Paulo Raimundo considera que representa "uma fuga para a frente".

Lembrando que "não há nenhum processo aberto" e que "não será certamente" pelo PCP que esse processo avançará, por não ser uma matéria prioritária apesar de ser “sempre possível melhorar o texto constitucional”, o comunista sustentou que o seu partido não tem problemas com a “letra da Constituição” mas antes com o facto de o texto fundamental “não ser uma realidade na vida de cada um”.

"Se aqueles que estão tão preocupados, e que querem empenhar tanto tempo e tanto esforço a alterar a Constituição, se empenhassem na sua concretização, a vida da maioria daqueles que vivem e trabalham no nosso país estaria muito melhor", atirou, depois de sublinhar os direitos constitucionais sobre habitação e o papel do Serviço Nacional de Saúde.

Ainda esta quinta-feira, o chefe de Estado recebe em Belém o CDS (às 15h00) e o Bloco de Esquerda (17h00). Ouvidos já foram o PSD, PS, Chega, IL e Livre.

[Notícia atualizada às 13:39]