
Alfredo Côrte-Real, que se apresenta como "Príncipe do Havai", está a ser acusado pelos empresários que organizaram o Baile dos Príncipes de não prestar contas sobre os fundos angariados no evento solidário.
Rafael Freitas e Abel Gonçalves, ligados a uma marca de moda do Porto, emitiram um comunicado após a Investigação SIC que revelou as suspeitas de irregularidades ligadas ao uso do título nobiliárquico para a promoção de eventos de solidariedade, cujos fundos reverteram para uma ordem religiosa gerida pelo próprio "Príncipe do Havai".
“A marca tomou conhecimento através da Investigação SIC difundida a 28 de maio de 2025 da existência de comportamentos - envolvendo Alfredo Côrte-Real, publicamente conhecido como 'Príncipe Alfredo' - que podem colocar em causa a honorabilidade dos títulos pelos quais se faz apresentar em sociedade. No âmbito do evento social com caráter solidário, e até à data, o representante legal da Ordem de Sácer Portugal mostra-se indisponível e incontactável para a apresentação das respetivas contas. Rafael Freitas Concept repudia qualquer comportamento e aproveitamento por parte de terceiros, e aos quais a marca é alheia.”
COMUNICADO DA RAFAEL FREITAS CONCEPT
Segundo a Investigação SIC, emitida ontem no Jornal da Noite, a marca era a fornecedora oficial da Casa Real do Havai (não reconhecida oficialmente nos Estados Unidos da América) e que passou a ser apresentada em Portugal numa série de eventos com a presença do alegado "Príncipe do Havai".
Alfredo Côrte-Real alega, também, que é descendente de D. Afonso Henriques e de navegadores dos Descobrimentos. A Ordem de Sácer, que gere em Portugal, existe desde o século XVI mas a escritura de constituição da entidade foi assinada apenas este ano, cerca de um mês antes do baile de angariação de fundos.