Foram três as nomeações aprovadas, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, designadamente o presidente do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC), o presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), e o novo governador do Banco de Portugal, confirmando-se assim a saída de Mário Centeno.

O anúncio foi feito pelo ministro da Presidência: “A indigitação do nome para governador do Banco de Portugal que, por decisão do Conselho de Ministros, por proposta do ministro das Finanças [Joaquim Miranda Sarmento], será o professor Álvaro Santos Pereira, economista chefe da OCDE, doutorado e com uma carreira académica internacional”.

Álvaro Santos Pereira “é hoje”, prosseguiu Leitão Amaro, “o economista principal de uma das principais organizações da economia mundial”, e um “profundo conhecedor da economia portuguesa, da economia internacional, do sistema financeiro, uma voz muito reputada internacionalmente tal como Gabriel Bernardino [o escolhido para suceder a Margarida Corrêa de Aguiar na ASF]”. São duas pessoas que triunfaram por mérito próprio no plano internacional como especialistas independentes nas suas áreas".

Mas os elogios não se ficaram por aqui. O ministro destacou ainda, no briefing no final do Conselho de Ministros, que Álvaro Santos Pereira e Gabriel Bernardino “não saem das respetivas instituições, vêm e triunfaram lá fora”. São duas pessoas “que Portugal tem muita honra de serem portugueses de sucesso e de reconhecimento internacional”.

Agora é esperar pelo “parecer e pronúncia no Parlamento” para o Governo poder nomeá-los ”definitivamente" e para "depois inicarem funções".

A quem agora sai de cena, como é o caso de Mário Centeno, o ministro Leitão Amaro deixou uma palavra de agradecimento, concluindo que agora é tempo de “sangue novo, lideranças de grande crebilidade, reconhecimento, competência técnica”.

O regresso do “Álvaro dos pastéis de nata”

O até agora economista chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) foi escolhido por Luís Montenegro para suceder a Mário Centeno.

Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia do governo de Passos Coelho, entre 2011 e 2013, e agora regressa a Portugal para liderar a governação do banco central, um mandato que tem a duração de cinco anos.

Destaque para momentos de humor e informalidade que marcaram a passagem de “Álvaro” pela governação, que acabou por ser curta - apenas dois anos - e, ao contrário, do que previu à chegada ao governo. Desde cedo foi considerado o elo mais fraco e remodelável, ficando com uma imagem de marca associada ao… pastel de nata.

De nacionalidade portuguesa e canadiana, Álvaro Santos Pereira é doutorado em Economia pela Universidade Simon Fraser, Burnaby (Canadá), mestre em Economia pela Universidade de Exeter (Reino Unido) e licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra. Foi ainda docente na Universidade Simon Fraser (Canadá), na Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), e na Universidade de York (Reino Unido).