
Na Baía de Cardigan, no País de Gales, um grupo de cientistas decidiu seguir o rasto dos golfinhos-roaz para descobrir o que comem, onde andam, com quem se relacionam e até como se reproduzem.
O projeto “Detetives da Dieta dos Golfinhos: Revelando as Dietas dos Golfinhos e Envolvendo as Comunidades para a Conservação no Reino Unido” é liderado pelo Wildlife Trust of South and West Wales, em colaboração com a Universidade de Aberystwyth, e financiado pelo Fundo de Redes Naturais do governo galês.
Um mergulho na vida dos golfinhos-roaz
Cerca de 200 golfinhos-roaz vivem na Baía de Cardigan e zonas adjacentes. Embora estes cetáceos sejam acompanhados há anos, há ainda muitas perguntas por responder: o que comem exatamente? Com quem se relacionam? Para onde vão?
A nova abordagem promete ajudar a esclarecer estes mistérios. Através da análise das fezes, os investigadores conseguem recolher ADN ambiental que lhes permite saber o que os golfinhos andaram a comer e onde, identificar o género de cada indivíduo, descobrir relações familiares, estimar o tamanho da população e estudar os seus padrões de movimento.
Como se apanha o cocó de um golfinho?
Quando um golfinho defeca, os investigadores lançam uma pequena rede ao mar para recolher as amostras. Estas são depois enviadas para o laboratório, onde os cientistas da Universidade de Aberystwyth utilizam técnicas avançadas para extrair o ADN presente nas fezes.
Os dados obtidos são cruzados com registos fotográficos usados na identificação dos golfinhos — um trabalho feito há anos por membros do Wildlife Trust. O objetivo é criar perfis individuais detalhados para cada animal.
Sarah Perry, responsável pela conservação e investigação marinha no fundo, explica que este é um passo importante:
"Esperamos que este estudo nos ajude a desvendar os mistérios da ecologia dos golfinhos-roaz na Baía de Cardigan. Este projeto aborda uma área de investigação que ambicionávamos explorar há mais de uma década. Estamos entusiasmados por vê-la finalmente concretizada — e numa altura em que é ainda mais urgente compreender as espécies que vivem nas nossas águas".