O líder parlamentar do PSD , Hugo Soares, anunciou esta segunda-feira que o partido irá abster-se na proposta da Iniciativa Liberal (IL) para abertura de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a situação do INEM, o que significará a sua aprovação. O PS, entretanto, também anunciou que vai abster-se e o Chega e o PCP vão votar a favor da comissão pedida pelos liberais que cuja constituição é debate esta quarta-feira no Parlamento.

"Esta legislatura tem cerca de um mês e creio que já vamos para o terceiro projeto de Comissão Parlamentar de Inquérito. E isso não é bom para as instituições", disse Hugo Soares à Lusa e à SIC à entrada para a apresentação do candidato da coligação PSD/CDS-PP à Câmara Municipal de Odivelas, Marco Pina. O líder parlamentar do PSD começou, assim, por lamentar que se esteja "a banalizar o instrumento da Comissão Parlamentar de Inquérito", mas ressalvou que "não será pelo PSD que essa comissão de inquérito não se realizará".

"Do ponto de vista do PSD, se for uma intenção do parlamento que essa Comissão Parlamentar de Inquérito possa apurar aquilo que tem sido o desinvestimento no INEM durante vários anos sucessivos, o abandono do INEM durante vários anos sucessivos, e se puder fazer até o paralelo com aquilo que foi o investimento que se fez no INEM no último ano, eu creio que essa Comissão Parlamentar de Inquérito pode então ter razão de ser", disse, mostrando qual o objetivo do PSD com esta viabilização: apontar responsabilidades aos governos socialistas.

O PS, por seu lado, ainda não divulgou o sentido de voto, só que não se vai opor à comissão de inquérito à situação do INEM, mas recusa já que este instrumento parlamentar “desvie as atenções do essencial”.

“Com certeza que nós não nos vamos opor, mas a questão é: não queremos que uma comissão de inquérito desvie as atenções do essencial e o essencial é saber o que é que o senhor primeiro-ministro pensa disto, um ano depois de ter anunciado planos que falharam”, apontou a dirigente Maria Antónia de Almeida Santos à margem da reunião do Secretariado Nacional do PS, em Lisboa.

Segundo Maria Antónia de Almeida Santos, “há questões do INEM e há o concurso do INEM que está em causa”, que é do último ano e “da inteira responsabilidade deste Governo”.

“Nós não nos estamos a desresponsabilizar do que se passou no passado, mas a questão não é o INEM, o funcionamento do INEM neste momento. O que nós queremos saber é quais são os planos, qual a responsabilidade do Governo e, principalmente, perante esta confusão que se instalou, qual é a posição em relação a isto do senhor primeiro-ministro”, disse.

Para a dirigente do PS, “são casos muito graves que se passam e não se pode criar esta sensação de que não há estruturas que possam, de alguma forma, responder ao socorro emergente e à emergência médica”. “Nós não temos nada a temer, até porque, de facto, o objeto da questão prende-se com o funcionamento do INEM, o concurso do INEM”, referiu.

Também a coordenadora do Bloco de Esquerda anunciou entretanto que o partido votará a favor da proposta, para compreender o que Mariana Mortágua diz ser uma "sucessão de incompetências que são partilhadas entre vários serviços e que têm uma ministra em comum, que é a ministra da Saúde".

Notícia atualizada às 15h40