Foto: Ana Morgado, Óscar Ferraz, Nuno Batista, Gabriel Falcão e Jorge Lobo

“O cancro gastrointestinal pode, muitas vezes, ser detetado precocemente graças à identificação de pólipos existentes no trato digestivo. Em muitos países, os rastreios começam por volta dos 45 ou 50 anos, sendo uma ferramenta essencial na prevenção e diagnóstico do cancro precoce”, começa por explicar, em comunicado, Gabriel Falcão, professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) de Coimbra.

Atualmente, procedimentos como a cápsula gastrointestinal, que gera cerca de 10 horas de imagens, e a colonoscopia, que produz uma grande quantidade de dados em apenas 20 a 30 minutos, criam desafios significativos na análise de dados. “Num cenário ideal, se conseguíssemos fazer uma monitorização em massa de uma grande parte da população, o volume de dados gerado seria tão grande que nenhum computador clássico seria capaz de processar toda essa informação de forma eficiente”, indica.

Tendo em conta esta situação, o objetivo final do projeto é criar algoritmos de IA que possam diferenciar de forma precisa imagens normais de imagens com patologias. “Embora a tecnologia atual já permita detetar algumas diferenças, acreditamos que a computação quântica pode ser decisiva para aumentar a eficiência e precisão dos diagnósticos”, conclui Gabriel Falcão.

O projeto G-quAI iniciou em janeiro de 2025 e conta com o apoio do Open Quantum Institute (OQI), da Suíça, em parceria com o Geneva Science and Diplomacy Anticipator (GESDA), além da colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquadra-se nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pelas Nações Unidas: Saúde de Qualidade.

O OQI tem como objetivo principal explorar o potencial da computação quântica na aceleração de soluções que permitam atingir os ODS, contando com o apoio de investigadores, das Nações Unidas, de Organizações Não-Governamentais (ONG) e de investidores do mundo inteiro.

MJG

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