
"Estimamos que estiveram presentes entre 180 mil e 200 mil pessoas. É difícil estimar o número exato porque nunca houve tanta gente no Orgulho de Budapeste", disse à AFP a presidente do evento, Viktoria Radvanyi.
O presidente da Câmara de Budapeste, Gergely Karacsony (ecologista), também saudou a afluência recorde de pessoas. "Obrigado, Viktor Orban, por promover uma sociedade mais tolerante", escreveu o autarca na rede social Facebook.
A 17 de junho, o presidente da Câmara de Budapeste anunciou que a cidade acolheria a Marcha do Orgulho como um evento municipal, pelo que não seria necessária a aprovação da polícia, mas esta proibiu o evento, argumentando tratar-se de uma reunião pública.
Dois dias depois, a 19 de junho, Gergely Karacsony anunciou que a Marcha do Orgulho iria realizar-se, de qualquer maneira.
A Amnistia Internacional advertiu na sexta-feira as autoridades húngaras, que proibiram a realização da 30.ª Marcha do Orgulho de Budapeste, que lhes caberia assegurar o direito das pessoas a protestar em segurança.
"O mundo está a ver", enquanto dezenas de milhares de pessoas se preparam para desfilar na capital húngara, em desafio à tentativa de proibição da marcha "Pride", alertou a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, num comunicado, instando as autoridades a agirem "sem intimidação, assédio ou violência".
Mais de 200 delegados (entre os quais portugueses) de 17 secções da Amnistia Internacional participaram na marcha, incluindo a secretária-geral da organização, Agnès Callamard, indicou a ONG.
Além disso, uma petição, assinada por mais de 120 mil pessoas de 73 países (Portugal incluído), foi entregue na sede da polícia húngara na quarta-feira pelo diretor da Amnistia Internacional -- Hungria, Dávid Vig, "lembrando ao comandante da polícia da cidade o seu dever de respeitar, proteger e facilitar o direito das pessoas a protestar pacificamente", referia-se no comunicado divulgado.
Em abril, entrou em vigor na Hungria legislação discriminatória que já foi usada para proibir marchas do Orgulho e outros protestos em defesa da igualdade de direitos da comunidade LGBTI no país.
Nos termos do Código Penal húngaro, os organizadores de uma reunião proibida podem também incorrer em acusações criminais e penas de até um ano de prisão.
A Hungria é um dos países da União Europeia que mais têm recuado no cumprimento das suas obrigações internacionais e regionais em matéria de direitos humanos.
AG (ANC) // MLL
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