
O presidente e líder parlamentar do PS-Madeira começou a sua intervenção final, nos trabalhos de debate e votação do Orçamento e do PIDDAR da Região para 2025, com o que se passou com a ida de Eduardo Jesus ao parlamento e manifestou o entendimento de que o secretário do Turismo, Ambiente e Cultura deve de ser demitido por Miguel Albuquerque.
“Aquilo que se passou com o senhor secretário regional Eduardo Jesus não foi um mero excesso verbal. Não foram apartes. Não foi uma ‘linguagem política acalorada’. Foram insultos. Foram ofensas pessoais, sexistas e grosseiras dirigidas a duas deputadas e a um deputado democraticamente eleitos”, garante Paulo Cafôfo.
“O mais grave? Ainda tentaram justificar o injustificável. O senhor secretário regional, em vez de, com humildade, pedir desculpa aos visados, pediu desculpa à presidente da Assembleia. E só o fez depois de muito pressionado publicamente.” Ora, defende o presidente do PS-M, “quem ofende directamente, deve desculpar-se directamente. Não bastam desculpas institucionais, quando existiram ofensas pessoais.”
“Mais grave ainda foi a sua tentativa de normalização, ao dizer que ‘isto acontece porque a oposição também faz o mesmo’”, aliás, na linha do que também fez o líder parlamentar Jaime Filipe Ramos, na quarta-feira.
“Não, senhor secretário. A oposição não insulta. A oposição questiona, critica, fiscaliza – como lhe compete numa democracia. O que o senhor fez foi violência verbal. E isso não é aceitável, nem normalizável. E se não bastasse, ainda culpou as vítimas. Disse que “’quem provocou esta situação devia refletir’. Isto é típico de quem agride e depois tenta inverter a culpa. Isto é grave. Gravíssimo.”
Mas, apesar das palavras duras dirigidas a Eduardo Jesus, Miguel Albuquerque não sai ileso, nem pelo contrário.
“Senhor presidente do Governo Regional, não vale desvalorizar e classificar como um ‘episódio lateral’. Não vale dizer, como disse, que o seu secretário é uma pessoa ‘educada’. As palavras proferidas falam por si. Ao branquear a situação está a ser conivente. E isso também fala de si.”
Rubina também é visada. “Senhora presidente da Assembleia, quer se queira quer não, o que aconteceu é um facto político e não fomos nós que o criámos. Isto não é uma questão partidária. É uma questão de princípios. É uma questão de valores. É uma questão de decência.”
“E por isso, aqui, neste plenário, perante a Madeira e os madeirenses, e depois das justificações que só agravaram as ofensas, exijo ao senhor presidente do Governo Regional a demissão do Secretário Regional do Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus.”
“O senhor secretário Eduardo Jesus está sentado aqui na bancada do Governo, mas já não deveria estar. E se aqui permanece isso representa uma vergonha para os madeirenses e porto-santenses, porque educação e o saber-estar são muito caros ao nosso povo. Manter no cargo quem desrespeita a democracia e os seus representantes é dar cobertura à impunidade.”
Quanto ao Orçamento propriamente dito, Paulo Cafôfo devolver as acusações que têm sido feitas no que respeita a responsabilizes por a Madeira ainda não ter Orçamento aprovado.
Lembra que foi Miguel Albuquerque quem se demitiu após ser constituído arguido num processo de corrupção e que não esperou pela votação do Orçamento. Cafôfo questionou a demora de três meses para apresentar novo Orçamento após as eleições.
"Nada parou por causa do Orçamento." O presidnete do PS lembrou que mesmo com o governo em duodécimos, houve aumento da despesa pública em 27,3 milhões de euros e rejeitou a ideia de que os madeirenses votaram pelo Orçamento. Votaram, sim, por estabilidade.
O PS lembra, absteve-se na generalidade para viabilizar diálogo e propôs medidas sociais e financeiras, que considera equilibradas (ex.: redução de IRS/IVA, habitação, saúde, apoio às creches, insularidade). Mas todas as propostas foram rejeitadas “de forma arrogante” pelo PSD/CDS, que se aliou à direita (IL e Chega).
Por tudo isso, o voto do PS vai ser contra, na votação final global.