Os bombardeiros furtivos B-2 que lançaram bombas de grande dimensão sobre várias instalações nucleares iranianas regressaram hoje à base norte-americana no Missouri.

Um jornalista da agência de notícia Associated Press (AP) assistiu à aterragem de sete bombardeiros B-2 Spirit na Base da Força Aérea de Whiteman. A base, a cerca de 73 milhas (117 quilómetros) a sudeste de Kansas City, é a sede da 509.ª Ala de Bombardeiros, a única unidade militar dos Estados Unidos (EUA) que opera os bombardeiros B-2 Spirit.

O primeiro grupo de quatro aeronaves furtivas deu uma volta em torno da base antes de se aproximar de uma pista pelo norte, enquanto um último grupo de três chegou 10 minutos depois.

Entretanto, também o Presidente dos EUA confirmou o regresso dos bombardeiros furtivos B-2.

"Os GRANDES pilotos de B-2 acabaram de aterrar em segurança no Missouri. Obrigado pelo excelente trabalho!", escreveu Donald Trump, na rede social Truth Social, recorrendo à escrita em letras maiúsculas, como faz frequentemente para enfatizar a mensagem.

Na véspera, os bombardeiros B-2 tinham feito parte de um vasto plano que visou atingir centros nevrálgicos do programa nuclear iraniano.

Segundo as autoridades norte-americanas, um grupo de aviões furtivos dirigiu-se para oeste a partir da base do Missouri, no sábado, com a intenção de servir de isco para despistar as forças iranianas.

Um outro grupo de sete aviões voou discretamente para leste, empenhando-se na missão no Irão. Auxiliados por uma armada de aviões-tanque de reabastecimento e de caças - alguns dos quais lançaram as suas próprias armas - os pilotos americanos lançaram 14 bombas de 30.000 kg na madrugada de domingo (hora local) sobre duas importantes instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio no Irão.

Marinheiros norte-americanos reforçaram a missão, disparando dezenas de mísseis de cruzeiro a partir de um submarino em direção a pelo menos um outro local.

As autoridades norte-americanas afirmaram que o Irão não detetou o disparo de artilharia nem disparou contra os jatos furtivos norte-americanos.

Apelidada de "Operação Martelo da Meia-Noite", a missão realizou um "ataque de precisão" que "devastou o programa nuclear iraniano", referiram as autoridades norte-americanas, mesmo reconhecendo que estava em curso uma avaliação.

Por seu lado, o Irão negou que tenha sido causado qualquer dano significativo, e a República Islâmica prometeu retaliar.

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

O ataque ordenado pelo Presidente Donald Trump ditou o envolvimento direto dos Estados Unidos, um aliado tradicional de Telavive, no conflito entre Israel e o Irão.