O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que nomeou o Presidente norte-americano, Donald Trump, para o Prémio Nobel da Paz.

No início de um jantar com Trump na Casa Branca na segunda-feira, Netanyahu entregou ao Presidente norte-americano a carta que enviou ao Comité Nobel e justificou a nomeação por Trump estar a "restaurar a paz" em diversos países e regiões, especialmente no Médio Oriente.

A distinção seria "bem merecida",disse Netanyahu a Trump, na presença do enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, do secretário de Estado, Marco Rubio, e do secretário da Defesa, Pete Hegseth, entre outros altos responsáveis dos dois países.

Trump há muito que se auto-intitula um artífice da paz e deixou claro o desejo de ganhar o Prémio Nobel, chegando mesmo a dizer que merecia mais do que o ex-presidente norte-americano Barack Obama, agraciado em 2009.

"Vindo de si, isto é muito significativo"

Perante os jornalistas, Trump mostrou-se surpreendido ao receber a carta das mãos de Netanyahu.

"Vindo de si, isto é muito significativo", disse o Presidente norte-americano ao líder israelita.

A nomeação de Trump para o Prémio Nobel da Paz de 2025 já tinha sido apresentada duas vezes: primeiro pelo governo paquistanês, a 21 de junho, em reconhecimento da trégua que negociou entre a Índia e o Paquistão; e depois pelo congressista norte-americano Buddy Carter, que enviou uma carta de nomeação a Oslo a 24 de junho.

De acordo com os estatutos do Comité Nobel, as nomeações estão abertas aos membros das assembleias nacionais e aos governos dos Estados soberanos.

Trump recebe Netanyahu pela terceira vez

A visita de Netanyahu a Washington, iniciada na segunda-feira, acontece enquanto decorrem negociações para um cessar-fogo em Gaza e na sequência dos bombardeamentos norte-americanos e israelitas a instalações nucleares iranianas.

Este é o terceiro encontro entre o Presidente norte-americano e o primeiro-ministro israelita em menos de seis meses.

Trump tem pressionado o aliado israelita para que seja alcançada uma trégua na Faixa de Gaza, território mergulhado numa grave situação humanitária.

Questionado na Casa Branca antes do jantar com Netanyahu, Trump manifestou confiança de que o movimento islamita palestiniano Hamas estava pronto para aceitar um cessar-fogo em Gaza.

"Querem uma reunião e querem este cessar-fogo", disse o chefe de Estado.
"Acho que as coisas vão acalmar bastante no Médio Oriente. (...) Eles respeitam-nos e respeitam Israel", acrescentou o republicano.

A proposta de cessar-fogo em discussão envolve uma pausa de 60 dias nos combates, durante os quais o Hamas libertaria 10 reféns vivos e 18 mortos, em troca de um número indeterminado de prisioneiros palestinianos nas cadeias israelitas.