Um comunicado da Greenpeace destaca que um estudo do instituto de investigação neerlandês Profundo estima que a brasileira JBS, o maior produtor de carne do mundo, "poderá obter 1,7 mil milhões de euros de lucros suplementares antes de impostos e 1,2 mil milhões de euros após impostos até 2040, se o acordo UE-Mercosul for adotado".

Este montante, sustenta também a Greenpeace, representa 8% da atual capitalização bolsista da JBS e está próximo do lucro líquido médio que a empresa obtém num ano inteiro das suas operações globais.

O cálculo do Profundo teve em conta os lucros potenciais que a JBS poderia obter em resultado da redução dos direitos aduaneiros sobre a carne proporcionada pelo acordo UE-Mercosul, bem como os lucros potenciais devidos à possibilidade de a JBS poder aumentar o volume das suas exportações de carne para a UE em resultado do acordo UE-Mercosul.

A organização ambientalista destaca que os lucros da JBS se fazem "à custa da natureza, do clima e dos meios de subsistência dos pequenos agricultores e dos agricultores ecológicos na UE e no Mercosul".

O Profundo fornece investigação orientada para a ação, aconselhamento e desenvolvimento de capacidades para a sociedade civil e organizações públicas.

Em dezembro de 2024, após mais de duas décadas de conversações, a UE e o Mercosul concluíram as negociações para um acordo comercial bilateral, que tem ainda de ser ratificado nos países de ambos os blocos.

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