O alojamento turístico na Região Autónoma da Madeira (RAM) registou em Abril de 2025, "a entrada de 221,3 mil hóspedes, os quais geraram 1.093,5 mil dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 11,8% e 12,2%, respectivamente", informa hoje a DREM. É a primeira vez que neste mês essa fasquia de 1 milhão de dormidas é ultrapassada. "O segmento da hotelaria concentrou 66,0% das dormidas de Abril de 2025 (721,3 mil), crescendo 6,7% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (31,5% do total) e o turismo no espaço rural (2,5% do total) subiram 26,0% e 11,1%, pela mesma ordem", contribuindo de forma mais expressiva para este novo recorde.

Diz a Direção Regional de Estatística da Madeira que "para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas" (algo que o INE não faz), sendo que, "segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico registaram um acréscimo homólogo de 7,3%, variação inferior à verificada a nível nacional (+9,2%). É de notar que os resultados podem ter sido ligeiramente influenciados pelo efeito calendário, uma vez que, enquanto a Páscoa de 2024 ocorreu em Março, em 2025 foi celebrada em Abril", contribuindo para haver mais turistas, sobretudo nacionais a passar esta pausa nas duas ilhas.

Assim, neste contexto, a Madeira foi a terceira pior região em termos de crescimento de dormidas em Abril, com todas as 9 regiões NUTS II a registarem crescimentos, "destacando-se com variações homólogas superiores a 10%, o Centro (+18,4%), a Região Autónoma dos Açores (+14,3%), o Norte (+12,8%), o Alentejo (+12,5%), o Algarve (+11,3%) e a Península de Setúbal (+10,6%). Oeste e Vale do Tejo (+1,5%) e a Grande Lisboa (+3,5%) observaram os aumentos menos expressivos", tal como a Madeira.

Quanto à "taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico na Região, no mês em referência, foi de 70,3%, +1,5 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês homólogo (68,8%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 80,4% (78,3% em abril de 2024)", assinala a DREM.

Mais, no mês de Abril de 2025, "a estada média no conjunto do alojamento turístico fixou-se em 4,51 noites, permanecendo inalterada face ao mesmo mês do ano anterior", apesar de de ser mês de férias pascais. "Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,60 noites) e no alojamento local (4,44 noites), seguidos pelo turismo no espaço local, que apresenta a estada média mais baixa, com 3,49 noites".

2025 continua no rumo recordista

No acumulado dos primeiros quatro meses de 2025, "os hóspedes entrados no total do alojamento turístico da Região totalizaram 697,5 mil, o que representa um crescimento de 7,7% face ao período homólogo", enquanto que "as dormidas registaram um acréscimo, aumentando 9,0% em comparação com o mesmo período de 2024, aproximando-se dos 3,7 milhões".

"De realçar que os 10 principais mercados emissores representaram 80,4% do total das dormidas registadas em Abril de 2025", referencia a DREM. Assim, "destacaram-se, com um peso superior, a Alemanha (19,4% do total; +5,6% que em Abril de 2024) e Portugal (16,7% do total; +39,9%), que neste mês subiu para a 2.ª posição, ultrapassando o Reino Unido - situação que não se verificava desde Agosto de 2023", como referido muito por causa das férias da Páscoa coincidirem neste mês. "O mercado britânico concentrou 14,5% do total de dormidas, registando um aumento de 2,1% face a Abril de 2024. Na quarta posição, em termos de peso relativo no total de dormidas, encontra-se o mercado francês (9,7% do total; -6,2%), seguido pelo mercado polaco (5,9% do total; +40,4%)", aponta o top-5.

Mais, "de Janeiro a Abril de 2025, os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas em sentidos opostos: o mercado alemão registou um aumento de 3,4%, enquanto o mercado britânico apresentou uma ligeira quebra de 0,7%. Já o mercado de residentes em Portugal (terceiro principal mercado) registou uma variação positiva mais expressiva, de 24,8%", afiança.

Proveitos acima da média

Outro indicador importante são os proveitos e os rendimentos por quarto que continuam a estar acima das subidas médias dos outros indicadores. "Em Abril de 2025, os proveitos totais e os proveitos de aposento registaram crescimentos homólogos de 22,2% e 26,9%, respetivamente, fixando-se, pela mesma ordem, em 73,5 milhões de euros e 54,0 milhões de euros. No total do País, no mesmo mês, os proveitos totais também registaram uma variação homóloga positiva (+12,6%), tal como os proveitos de aposento, que evidenciaram um crescimento de 13,9%", destaca.

"Em termos acumulados, as variações, na Região, foram de +21,1% e +23,7%, respetivamente, totalizando, de Janeiro a Abril de 2025, os 236,4 milhões de euros, no caso dos proveitos totais, e os 168,9 milhões de euros, no que se refere aos proveitos de aposento", a caminho de mais um recorde, a manter este ritmo.

"No mês de Abril de 2025, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) rondou os 101,33 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +24,0% que no mesmo mês do ano precedente. Por sua vez, o rendimento médio por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 104,40€, em Abril de 2024, para 126,11€, em Abril de 2025 (+20,8% de variação homóloga)", atira.

Por fim, conclui a DREM, "de Janeiro a Abril de 2025, o RevPAR no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local com menos de 10 camas) situou-se nos 80,12 euros, representando um aumento de 22,1% face ao período homólogo. No sector da hotelaria, o RevPAR foi de 85,96 euros, correspondendo a uma subida de 22,7%. Quanto ao ADR, os valores foram superiores, fixando-se nos 109,59 euros no conjunto do alojamento turístico (+17,4% em relação ao período homólogo) e nos 112,71 euros na hotelaria (+17,5%)".