Uma das principais funções inerentes à atividade bancária consiste numa rigorosa gestão do binómio risco-rendibilidade, o que implica necessariamente conviver e estar preparado para lidar com a incerteza, perspetivar cenários de evolução que permitam avaliar o custo associado aos diferentes riscos, mobilizar recursos, efetuar uma adequada alocação de capital e precaver eventuais impactos desfavoráveis. Sendo relativamente simples de enunciar, é um facto que este exercício se tem tornado cada vez mais desafiante.

A atual envolvente apresenta graus de instabilidade e complexidade excecionais a vários níveis: tensões geopolíticas que se agudizam e alteram significativamente o equilíbrio global, guerras que persistem e que, para além do horrendo sacrifício dos que são por elas diretamente afetados, provocam ondas de choque com repercussões nas economias a nível mundial, transformações tecnológicas que propiciam o surgimento de novos operadores com modelos de negócio disruptivos e impulsionam alterações profundas nos padrões de consumo por parte dos clientes, mas que, simultaneamente, introduzem camadas de complexidade acrescida nas organizações, requerem novas competências específicas e expõem as pessoas e as empresas a formas de fraude mais elaboradas e a ataques difíceis de antecipar, apenas para destacar alguns exemplos.

Acresce um quadro regulatório da atividade bancária que, estando francamente robustecido com benefícios evidentes para a estabilidade financeira e para o reforço da confiança no sistema financeiro, acarreta um nível de complexidade acrescido e, conferindo ainda maior relevância à eficiência operativa, faz retomar a atualidade do debate em torno da dicotomia entre dimensão e agilidade.

Um sistema financeiro competitivo, no qual coexistem instituições de diferentes dimensões com vantagens competitivas idiossincráticas suportadas na capacidade de se diferenciarem por via da excelência no serviço e na criação de valor, é, certamente, um sistema mais robusto que privilegia a agilidade e a capacidade de adaptação das instituições e que, como um todo, estará mais apto a apoiar o desenvolvimento económico mediante uma alocação de recursos eficaz.

Sendo certo que os desafios são múltiplos e a imprevisibilidade elevada, também é certo que este enquadramento proporciona oportunidades únicas para as instituições que estiverem mais bem preparadas para se afirmarem num contexto de elevada exigência e intensa competitividade.

O foco de quem tem responsabilidades pela gestão de uma instituição financeira com a relevância do Banco Comercial Português está na preparação e direcionamento da organização para atuar e evoluir neste tipo de contexto, identificando as oportunidades, traçando a estratégia, definindo e ajustando em permanência as prioridades que nos permitirão prosseguir a trajetória de crescimento e de rendibilidade, servindo os clientes que nos privilegiam com a sua preferência e confiança, desenvolvendo o talento e valorizando os profissionais comprometidos com o sucesso do Banco e, remunerando adequadamente os investidores que em nós investiram convictos da nossa capacidade para criar valor.

Conforme divulgámos oportunamente ao mercado, estamos totalmente comprometidos com a implementação do plano estratégico Valorizar que estabelece a nossa ambição de crescimento orgânico e as prioridades de atuação até 2028, com a confiança de uma instituição que celebra 40 anos de experiências transformadas em conhecimento preservando a vitalidade e a energia de um projeto acabado de lançar, o que só é possível por via da combinação de uma cultura de serviço aos Clientes alicerçada em Equipas de talentosos profissionais que se empenham diariamente em colocar a inovação e a tecnologia ao serviço dos Clientes.