Em Trás-os-Montes, Montalegre resguarda-se no vale do Cávado, entre as serras do Gerês, Barroso e Larouco. É uma das portas de entrada no mundo maravilhoso do Parque Nacional da Peneda-Gerês. A região tem muito para contemplar e explorar e o ponto de partida desta jornada é o Parque do Rio Cávado. Recentemente recuperado, garante momentos de tranquilidade, passeios calmos e algumas atividades radicais, com área de escalada, skate e patins e um passeio ribeirinho junto ao espelho de água e ao açude. Para vistas panorâmicas sobre Montalegre e as serras do Larouco e do Gerês, segue-se até ao miradouro da Corujeira. Ali bem perto, encontra-se também o miradouro da Senhora das Treburas, com vista para a albufeira do Alto Rabagão e acede-se ao Fojo do Lobo de Avelar. A Mata ou Carvalhal do Avelar, uma área verde virgem, de grandes dimensões e de elevado interesse cultural, é outro local a não perder.
Nas águas do Alto Rabagão
O Passeio Verde segue até à albufeira da barragem do Alto Rabagão, também conhecida como barragem de Pisões, é magnífica do nascer ao pôr do sol. A albufeira abastece-se dos rios Rabagão e Cávado e tem uma extensão de mais de 10 km. Aqui, é possível praticar canoagem, vela e pesca lúdica. Para boas vistas do espelho de água sugere-se subir até aos Cornos das Alturas, na freguesia de Pisões. Vale a pena visitar ali perto a pitoresca aldeia de Vilarinho de Negrões.
Abrir a porta do Parque Nacional
Montalegre tem em Sezelhe, na EN 308, uma das cinco portas de entrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Aqui, pode visitar uma exposição com conteúdos genéricos sobre a região, os principais valores naturais e culturais do parque e os percursos pedestres. Possui uma pequena exposição alusiva a algumas espécies de árvores presentes no território do parque. Fica no edifício do Ecomuseu do Barroso, pelo que congrega vários motivos de interesse. O território pode ser explorado através de Percursos Ambientais (a pé e BTT) e Trilhos de Interpretação Ambiental, ou em passeio a cavalo, promovido pela empresa Ceita (Tel. 937819067). Os passeios com duração de 90 minutos, são acompanhados por guias especializados. A empresa organiza ainda outras atividades ao ar livre e de aventura. Neste imenso território e com partida na Estrada da Portela de Pitões pode percorrer um pequeno percurso linear de 3,6 km de interesse natural e paisagístico, que tem o Observatório da cabra-montês como principal ponto de interesse. Como referência, a entrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês pode também ser realizada através da Porta do Mezio (Arcos de Valdevez), Porta do Lindoso (Ponte da Barca), Porta de Lamas de Mouro (Melgaço) e Porta de Campo do Gerês (Terras de Bouro).
Equilíbrio e panorâmica em Fafião
É junto a Fafião, ainda no concelho de Montalegre, que se encontra um dos maiores e mais bem preservados fojos do Lobo Ibérico e também o mais próximo de uma povoação. Construída entre o final do século XV e o início de XVI, a enorme armadilha é uma estrutura de muros em pedra com mais de dois metros de altura, ao longo 64 metros de comprimento, que se vão estreitando até desembocarem num poço com 3 metros de profundidade. Ponto alto da visita à aldeia é o miradouro, inaugurado em 2020, local privilegiado para observar a incrível panorâmica sobre o imenso e belo Gerês. A 800 metros de altitude, chega-se ao Miradouro de Fafião - um equilíbrio entre dois enormes penedos, ligados por uma ponte - depois de um percurso subindo o monte, desde a zona do Fojo do Lobo, para, do alto, avistar a serra, dois rios - Cávado e Cabril - e boa parte da aldeia de Fafião. Por aqui passa o “PR1 - Trilho do Pão, do Azeite e dos Miradouros”, com 12 km, que permite reviver as tradições da aldeia e passear por um bosque de velhos carvalhos.
O mágico Poço Verde
A curta distância de Fafião, há outros locais de interesse mais próprios para primavera e o verão, época em que os visitantes podem banhar-se nas águas cristalinas que por aqui correm abundantes, como o Poço Verde, uma lagoa a que os tons esverdeados deram nome, o vizinho Poço Negro, e ainda a barragem de Salamonde.
Trilhos de pastores e fornos comunitários
Na página do Ecomuseu do Barroso (Tel. 276510209) é possível agendar visitas guiadas e outras experiências nos nove polos deste projeto, localizados em diversos pontos do concelho de Montalegre. A partir do polo da Vezeira e a Serra, em Fafião, é possível conhecer a prática comunitária da vezeira, característica das comunidades serranas mais isoladas, e percorrer os trilhos dos pastores. Na aldeia Ecomuseu de Paredes do Rio faz-se uma visita ao passado, com a rota dos artesãos e observam-se engenhos hidráulicos com mais de duzentos anos, o forno do povo, eiras, canastros e sete moinhos.
Pelos caminhos de Pitões das Júnias
Já o polo do Ecomuseu de Barroso em Pitões das Júnias, o primeiro espaço museológico criado nas aldeias, está instalado na antiga “corte do boi”, e aborda a temática da pastorícia, a agricultura de montanha, o “boi do povo”. A visita pode ser alargada ao mosteiro de Santa Maria das Júnias e à cascata. Aqui, tem não só início uma rota cultural que passa por diversos pontos da aldeia, como o forno comunitário ainda em uso, como também auma das maiores rotas pedestres em Portugal, com a particularidade de se desenvolver totalmente em zona de montanha: a Grande Rota 50, com cerca de 190 km, distribuídos por 19 etapas que atravessam os cinco municípios do parque nacional. A etapa 18 liga Outeiro a Pitões das Júnias.
Mosteiro, cascata e passadiço
Com a envolvente única do Parque Nacional da Peneda-Gêres, o caminho até Pitões das Júnias faz-se em comunhão com a natureza, na companhia de cavalos selvagens e outros animais. Para chegar ao místico mosteiro de Santa Maria das Júnias, isolado de tudo, tal como procuravam os monges em busca de recolhimento e meditação, é preciso percorrer um caminho empedrado do qual parecem brotar histórias a cada passo. Noutra direção, percorre-se um passadiço recuperado que oferece, numa constante descida, o encontro com a floresta. A estrutura de madeira segue até um miradouro de onde se aprecia a imponente cascata de Pitões das Júnias, mais bela e irreverente no inverno, pela abundância de água em queda livre pelos 30 metros de altura. Vale a caminhada, os sons da natureza e a paisagem verde a guardar caminhos outrora percorridos a pé e de cavalo rumo ao Porto e a Lisboa.
Lendas do “lobo-mau”
É na pitoresca aldeia de Pitões das Júnias, a mais alta do Barroso, nos confins do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que se encontra o primeiro Centro Interpretativo do Lobo-ibérico (Tel. 966563939) em Portugal, que visa a conservação de uma das espécies mais emblemáticas deste território e que tem um estatuto de proteção em Portugal. O visitante é convidado a colocar-se na pele do lobo, pois é possível “entrar” num fojo, onde o animal era capturado, e ficar a conhecer, junto à “lareira de uma casa antiga de montanha”, as lendas, histórias e mitos associados ao lobo-ibérico. Tradicionalmente estas lendas eram partilhadas junto às lareiras e o lobo é apresentado como algo maléfico ou ameaçador. Através deste espaço, os visitantes conhecem esta espécie protegida, o habitat, as lendas, os fojos e a relação com as populações de montanha.
Cascata quase secreta
Entre trilhos, lagoas e cascatas, o Parque Nacional da Peneda-Gerês ainda esconde alguns segredos, entre os quais a cascata Cela Cavalos, localizada entre as aldeias de Cela e Lapela, no concelho de Montalegre. Pouco conhecida comparativamente à do Arado ou a de Fecha de Barjas, é especialmente procurada nos meses quentes. Para lá chegar, deixe o carro junto à Capela de Santa Luzia, lugar humilde, mas de culto na região, de onde se tem uma vista muito bonita para o vale do rio Cávado, e siga a estrada, sempre a descer, até à cascata. O percurso de dois quilómetros demora cerca de meia hora (mais uns quantos para regressar, a subir) mas é de relativa facilidade. Saberá que o destino está perto quando começar a ouvir as quedas de água, alimentadas pelos ribeiros das Cavadas e de Cela Cavalo. Se subir pelo lado direito da cascata, junto ao moinho em ruínas, vai encontrar, na parte superior da queda de água, a Lagoa Cela Cavalos, ideal para se refrescar, uma espécie de cereja no topo do bolo. Os mais aventureiros podem também explorar o Poço Dola, partindo da mesma capela, através de um exigente e desnivelado trilho de 13 km.
Atravessar a ponte do diabo
A origem medieval justifica os muitos mitos e lendas que fazem desta travessia sobre o rio Rabagão a cerca de 1 km do local onde desagua no Cávado, uma aventura pela sabedoria popular. Passar a ponte do Diabo, em Misarela, na freguesia de Ruivães, na fronteira entre Vieira do Minho e Montalegre, já foi associado à cura da infertilidade e diz-se que terá sido mandada construir para facilitar a fuga a um perseguido. Se era pelo diabo, não se sabe. A estrutura está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1958. Faça o trilho (PR5 – MTR) circular, de cerca de 11 km.
Parapente na serra do Larouco
Situada a Nordeste de Montalegre, pertence ao Maciço Antigo. Tem 10 km de comprimento e é a segunda serra mais elevada de Portugal. A empresa Landfor (Tel. 916897724) realiza batismos de voo de parapente e parapente adaptado na serra do Larouco. Os voos são realizados preferencialmente ao fim de semana, têm duração entre 15 e 30 minutos e podem ser reagendados devido a condições meteorológicas
Passeio Verde é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Kia Portugal, que semanalmente, ao longo do ano de 2024, vai dar a conhecer espaços naturais, experiências e atividades na natureza. O Passeio Verde foi realizado com o Kia Niro EV 100% elétrico, Carro Oficial Boa Cama Boa Mesa.
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