Na margem sul do Douro, anuncia-se como “Terra de Emoções”. Empoleirada sobre os socalcos, Armamar debruça-se para o rio, com os vinhedos e socalcos característicos desta região vinhateira, que é Património da Humanidade. O território reserva ainda experiências de descoberta no planalto beirão, com os pomares de macieiras a contrastar com as vinhas. Para melhor desfrutar da paisagem, há paragens obrigatórias em diversas “varandas”.
É em plena vila de Armamar, no Miradouro da Misarela, junto da Igreja Matriz de São Miguel, que começa o Passeio Verde desta semana. Do miradouro avista-se a aldeia de São Joaninho, o vale do Douro e ao fundo a serra do Marão. Por baixo do miradouro, encontra-se a cascata da Misarela, que só se consegue ver de outro ponto de observação, seguindo a estrada para São Joaninho, onde se encontra um pequeno parque de merendas. A cascata, mais discreta nos meses quentes, é criada pelas águas do rio Temilobos enquanto se encaminha para afluir no Douro e embeleza as paredes rochosas que suportam a vila.
Barragem de Temilobos
Segue-se o miradouro de São Domingos, em Fontelo, “um dos mais espetaculares pontos de observação da paisagem duriense”, segundo o município de Armamar. Daqui avista-se a serra do Marão e o rio Douro junto a Peso da Régua e o escadório e santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego. Aqui encontra-se a Ermida de São Domingos, local de romarias medievais ligadas à fertilidade, desde o século XII. Também de igual beleza é a vista no miradouro e capela de Nossa Senhora da Graça, que abrange a zona sul do concelho, com densos pomares de macieiras, seculares castanheiros e matas de pinheiros. Já no miradouro e capela de Nossa Senhora da Saúde, a 800 metros de altitude, avista-se a albufeira da Barragem de Temilobos.
Na rota dos vinhos da Europa
É junto à capela de São Domingos que começa o percurso de 36 km em Armamar, que integra a “GR14 - Grande Rota dos Vinhos da Europa”. Trata-se de um percurso transeuropeu que liga Vila Nova de Gaia a Estrasburgo, em França, atravessa várias regiões vinícolas de grande importância na Europa, onde se inclui o Alto Douro Vinhateiro, a mais antiga região demarcada do mundo. Com passagem pelo centro da vila de Armamar e pela aldeia museu de Goujoim, o percurso conduz o caminhante por entre os vinhedos e caminhos agrícolas até à Foz do rio Tedo, que desagua no Douro.
Caminhadas entre os pomares
Em terra de maçã de montanha, percorrem-se os caminhos entre os pomares, como o “PR7 - Trilho da Maçã e do Vinho”, percurso circular com 26,2 km, de grau de dificuldade difícil, que tem início e fim junto ao painel informativo na aldeia de Queimada. O percurso divide-se em cinco variantes, atravessando a paisagem vinhateira do vale do Douro e os extensos pomares do planalto beirão.
Armamar é o maior produtor nacional de maçã, cerca de 90 mil toneladas por ano, e realiza por isso uma feira anual. Por altura da “Feira da Maçã”, que em 2024 decorre entre 18 e 20 de outubro, realiza-se o “Trail e Caminhada Rota da Maçã de Montanha”. As inscrições decorrem no site do município e a iniciativa permite conhecer melhor o fruto que se destaca numa terra vinhateira no vale do Douro. Cultivadas em altitude, entre 500 e 800 metros, as maçãs de Armamar são aromáticas, crocantes e saborosas.
Ser agricultor por um dia no planalto beirão
Na paisagem do planalto beirão contrastam os solos graníticos, os matos de tojo e giesta e as matas de pinheiros, com os soutos de castanheiros e os pomares de macieiras. Do alto de Vila Nova avista-se a albufeira da barragem de Lumiares ou Temilobos, que alimenta a rede de rega no município.
Ali bem perto, no coração da aldeia museu de Goujoim, descobre-se um novo projeto que permite ao visitante ter uma experiência de um dia no campo. A Quinta do Luar (Tel. 917278575) nasceu da vontade de Alexandra Rodrigues e Mário Santos, que encontraram aqui o paraíso e decidiram partilhá-lo. Na Quinta do Luar a experiência começa sempre com boas vindas de infusões e degustação de compotas. De seguida, os visitantes são convidados a participar nas tarefas quotidianas, como alimentar os animais na Alameda da Bicharada ou apanhar fruta e legumes. A experiência, que pode durar uma manhã ou um dia inteiro, termina com o “almoço do agricultor”, em que são utilizados produtos da quinta, muitos preparados em cozinha de fogo, com recurso aos tradicionais potes. Os anfitriões permitem ainda participar nas colheitas sazonais, pelo que a Quinta do Luar é local para visitar sem pressas e regressar a cada estação.
Explorar a aldeia museu de Goujoim
É também na aldeia de Goujoim que se encontra a estância arqueológica mais conhecida do município: o Castro de Goujoim, que data do período Neolítico e está classificado como Sítio de Interesse Público. Foi um povoado com ocupação desde o final da Idade do Bronze até à Idade do Ferro e aqui encontram-se ainda vestígios de posterior ocupação romana e alto-medieval. Existe na área envolvente um marco miliário, um dos três únicos exemplares existentes na Península Ibérica. Próximo do castro, situa-se uma necrópole, que conta com um túmulo antropomórfico. Bem perto, no lugar da Ribeira de Goujoim, na margem direita do rio Tedo, encontram-se as Caldas da Moura ou Fonte de Dona Moira, com águas que antigamente detinham poderes curativos. Outro exemplo de vestígio arqueológico no território de Armamar encontra-se no Vale de Naçarães, entre Fontelo e Queimada, um menir que é exemplar raro e um dos mais altos do género na Península Ibérica, com mais de 5 metros de altura e um metro de largura.
Conduzir numa das mais belas estradas no mundo
Todos os caminhos levam até ao Douro e à emblemática estrada Nacional 222, considerada como uma das mais belas do mundo, com 226 km entre Vila Nova de Gaia a Almendra. O troço entre Peso da Régua e o Pinhão recebeu o estatuto de “World Best Driving Road”. A estrada é movimentada, mas conta com pequenos abrigos para parar e contemplar a paisagem, bem como parques de merendas para paragens mais demoradas. Pelo caminho multiplicam-se as quintas vinhateiras, que merecem visita para provas de vinhos.
Caminhar de mão dada com o Douro
Sugere-se paragem no Cais Turístico e fluvial da Folgosa, que conta com um passeadouro de cerca de 1 km, sempre junto ao rio, com vistas para a beleza ímpar do vale do Douro. Destaca-se no local a arquitetura do restaurante DOC, do chef Rui Paula, considerado o primeiro bar-restaurante semi-aquático do Douro, com uma esplanada "suspensa" sobre a água. O cais acolhe barcos de turismo, como barcos-hotéis a embarcações de cruzeiro e no passeadouro é comum encontrar pessoas à pesca ou a praticar desporto. Junto ao cais, começa o “PR2 - Rota Douro e Cister”, que conduz o caminhante até ao planalto beirão e aos pomares de macieiras, um tributo à Ordem de Cister, que por aqui se fixou no mosteiro de Santa Maria de Salzedas, e que é conhecida pela capacidade de trabalho e espírito empreendedor.
Provar o Douro a bordo da Senhora do Carmo
O embarque faz-se em frente à Casa dos Peixinhos, no cais do Ferrão. A embarcação Senhora do Carmo da Rivus Douro (Tel. 967196981) apresenta-se como um wine boat, guiada por António Chaves, marinheiro de profissão, e pelo filho, também António, sommelier de formação. A bordo fazem-se passeios personalizados, com possibilidade de catering, já a oferta standard de cerca de uma hora e meia serpenteia o rio até ao Pinhão e oferece degustação de vinhos das principais quintas da região, como a Quinta do Tedo ou a Quinta Nova, bem como de pequenos produtores locais.
Passeio Verde é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Kia Portugal, que semanalmente, ao longo do ano de 2024, vai dar a conhecer espaços naturais, experiências e atividades na natureza. O Passeio Verde foi realizado com o Kia Niro EV 100% elétrico, Carro Oficial Boa Cama Boa Mesa.
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