Na noite de apresentação oficial da sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Mangualde, Sobral Abrantes afirmou com convicção: “Nós não viemos aqui só para ir a jogo, viemos para ganhar.” Com uma sala cheia e centenas de apoiantes a assistir presencialmente e online, o candidato independente traçou um retrato crítico da atual gestão do concelho e apresentou uma visão clara de mudança, centrada no desenvolvimento sustentável, na proximidade com os cidadãos e na inclusão dos jovens na construção do futuro do município.

Candidatura Independente com rosto e voz própria

Sobral Abrantes fez questão de destacar o carácter independente da sua candidatura, sublinhando que muitos dos que o acompanham só aceitaram integrar o projeto por este não estar ligado a qualquer partido político. “Se fosse por uma cor partidária, não eram candidatos”, frisou.

A candidatura, segundo o próprio, surgiu da vontade genuína de servir Mangualde, após anos de convites recusados para se envolver na política local. Desta vez, foi o apelo direto da população que o motivou: “Estou numa fase da vida em que posso abdicar da advocacia para dar este contributo. Tenho sentido de pertença ao concelho e não aceito o estado a que isto chegou.”

Diagnóstico severo e uma promessa de ruptura

Ao longo do discurso, o candidato teceu críticas duras à atual e anteriores gestões autárquicas. Lamentou a estagnação do concelho, apontando para a falta de infraestruturas básicas como zona industrial, parque TIR, central de camionagem, sala de espetáculos, pavilhão multiusos e museu — estruturas que, como destacou, existem em todos os concelhos vizinhos.

Destacou ainda o abandono de edifícios municipais, a especulação imobiliária com terrenos industriais e decisões polémicas como a venda e posterior arrendamento do edifício do antigo arquivo municipal. “Vamos ficar sem património e sem dinheiro. Não sei qual é a racionalidade disto”, afirmou, prometendo, se possível, reverter o negócio.

Juventude como pilar central

Uma das grandes bandeiras do projeto de Sobral Abrantes é o envolvimento direto da juventude nas decisões políticas. “As questões da juventude ficarão comigo, mas quem as vai decidir serão os jovens”, garantiu, reforçando a importância de incluir as novas gerações no processo democrático e nas políticas públicas, sobretudo no combate à desertificação do concelho e na criação de oportunidades de habitação e emprego.

Principais propostas e compromissos

Apesar de ainda não ter apresentado o programa completo, que prometeu divulgar em breve, Sobral Abrantes deixou algumas das medidas que fazem parte do “Novo Rumo” que propõe para Mangualde:

  • Criação de um Parque TIR, respondendo à importância do setor dos transportes na economia local;

  • Instalação de uma nova zona industrial para PME, com terrenos a baixo custo e cláusulas de obrigatoriedade de construção e criação de emprego;

  • Reabilitação do mercado municipal, combatendo o seu esvaziamento progressivo;

  • Redução em 50% das taxas municipais para reconstrução de edifícios;

  • Apoio alargado à pastorícia, com subsídios para todos os produtores de leite de ovelha;

  • Valorização da cultura local, com bolsas para artistas e prioridade a talentos locais em eventos;

  • Apoio direto a famílias e idosos em situação de carência;

  • Desburocratização dos serviços municipais e garantia de resposta a todas as comunicações dos cidadãos;

  • Presidência de proximidade, com vereadores presentes no terreno, a acompanhar diretamente os problemas e intervenções do dia a dia;

  • Criação de um gabinete técnico de apoio às freguesias, sem custos adicionais para o município, para apoiar na elaboração de projetos e candidaturas.

Um apelo à mudança e ao envolvimento cívico

Na reta final do discurso, o candidato apelou ao voto consciente e à confiança dos mangualdenses: “O voto deve ser naqueles que têm mais capacidade e vontade de mudar Mangualde.” Mostrando-se confiante na vitória, Sobral Abrantes deixou claro que a sua candidatura não se limita a uma presença simbólica nas eleições, mas sim a uma alternativa real para governar.