O concelho de Setúbal deu hoje um passo decisivo no combate à crise habitacional, com a visita do presidente da Câmara Municipal, André Martins, à obra que marca o início da construção dos primeiros 48 fogos de renda acessível, promovidos pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).
A visita, acompanhada por Benjamim Pereira, presidente do IHRU, e pela vereadora Rita Carvalho, decorreu na Avenida Júlio Santos, junto ao Parque Verde da Bela Vista, onde decorrem os trabalhos iniciais das fundações para dois blocos residenciais com quatro pisos cada, englobando habitações T1, T2 e T3.

Esta empreitada, integrada na Estratégia Local de Habitação de Setúbal, resulta de um acordo entre o município e o IHRU, iniciado em 2020, após a apresentação de um estudo urbanístico destinado à ocupação dos terrenos para habitação acessível. Para o autarca André Martins, este momento representa “o início de um novo ciclo” que permitirá a muitos setubalenses “aceder a habitação digna e com esperança no futuro”.

O presidente do IHRU destacou o investimento próximo dos oito milhões de euros, garantindo que o edifício estará concluído a partir de meados do próximo ano. Em breve, será lançada a consignação de mais 160 fogos, rumo ao objetivo global de cerca de mil novas habitações acessíveis em Setúbal.
Benjamim Pereira sublinhou a relevância social do projeto, frisando a necessidade de responder não só à população jovem, mas também àqueles que enfrentam maiores dificuldades económicas.
“O acesso à habitação não pode ser um privilégio de poucos”, reforçou, destacando a importância de travar a proliferação de situações indignas, como o ressurgimento de barracas.

Cada um dos novos fogos inclui lugar de estacionamento subterrâneo com carregamento para veículos elétricos, zonas verdes e um parque infantil, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a qualidade de vida.
A obra, iniciada há três meses, já avançou com a colocação de 240 estacas para garantir a estabilidade do solo, etapa não prevista inicialmente, mas tornada indispensável após estudos geotécnicos.

Este investimento representa um novo paradigma na resposta habitacional em Setúbal, numa altura em que a procura por soluções acessíveis é um dos principais desafios sociais do país.