
A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Alcochete emitiu este sábado, 26 de julho, um comunicado público onde acusa o partido Chega de tentar enganar a população da freguesia do Samouco, recorrendo a propostas sem fundamento legal e baseadas em argumentos pouco transparentes, durante a sessão da Assembleia Municipal realizada a 17 de abril.
Em causa está a proposta do Chega para a criação de um “Gabinete de Proximidade e Atendimento Comunitário” da GNR no Samouco, apresentada como solução para os problemas de segurança da freguesia. O PS considera esta medida ilusória e enganadora, sublinhando que tal estrutura não compete à Assembleia Municipal aprovar, uma vez que se trata de uma matéria da responsabilidade do Ministério da Administração Interna.
O comunicado socialista refere que a medida proposta pelo Chega está fora do alcance da política local, podendo no máximo ser objeto de recomendação, mas não de deliberação com eficácia prática.
O PS lembra ainda que este modelo de gabinetes de atendimento da GNR já foi implementado anteriormente pelo Governo socialista, existindo em várias freguesias do país, mas apenas com funções administrativas limitadas, sem capacidade para intervir em problemas como a apanha ilegal de bivalves, que afeta a zona do Samouco. Ligar esta proposta à resolução de crimes específicos é, segundo o PS, um erro grosseiro que em nada contribui para a segurança da população.
No mesmo comunicado, o PS rejeita que tenha sido votada contra qualquer instalação de posto territorial da GNR na vila, garantindo que essa alegação é falsa e apenas serve para alimentar a narrativa política do Chega.
Outro ponto criticado é a referência a um alegado “estudo” sobre insegurança na freguesia, apresentado pelo Chega, mas sem que tenham sido divulgadas metodologias, fontes ou dados concretos. Para o PS, esta ausência de fundamentação torna a proposta inviável e descredibiliza qualquer ação baseada apenas em perceções vagas, apelando à responsabilidade na ação política local.
O PS recorda que tem adotado medidas concretas e funcionais no território, como a instalação do Balcão SNS24 na Junta de Freguesia do Samouco, uma resposta que considera eficaz às necessidades reais da população. Por isso, considera que o caminho deve continuar a ser de trabalho, proximidade e resultados, em vez de ações meramente simbólicas para alimentar redes sociais.
“O Samouco precisa de mais policiamento nas ruas e não de militares a tratar de processos administrativos dentro da Junta”, lê-se no documento, onde o partido sublinha o compromisso com a verdade, a transparência e a resolução pública dos problemas reais.
O comunicado termina com um alerta: “Sempre que se tenta iludir a frente das redes sociais com oportunismos políticos, quem perde são as pessoas que mais precisam de respostas concretas.”