A Câmara Municipal de Almada, liderada pela socialista Inês de Medeiros, enfrenta um impasse político após a rejeição do orçamento para 2025 pela Assembleia Municipal. O documento, que previa 18 milhões de euros para habitação e 13,5 milhões de euros para inclusão, foi chumbado por toda a oposição, incluindo o PSD, cuja posição tem sido determinante na aprovação dos orçamentos desde 2017.

A proposta inicial foi aprovada em novembro durante uma reunião de Câmara, graças ao voto de qualidade da presidente. Contudo, o PSD, que anteriormente permitiu a aprovação dos orçamentos, declarou na véspera que ponderava votar contra devido à “falta de reciprocidade na gestão” por parte da maioria socialista. Este anúncio causou surpresa à presidente, que admitiu “estupefação” face à postura do PSD, especialmente após o documento ter contado com a abstenção do vereador do partido na votação da Câmara.

Entre os investimentos propostos no orçamento, destacavam-se:

  • Habitação: 18 milhões de euros para novas construções e requalificações.
  • Inclusão social: 13,5 milhões de euros para apoio alimentar, transporte escolar e reparações em infraestruturas educativas.
  • Saúde: Construção dos centros de saúde da Costa da Caparica e Feijó, orçados em 8 milhões de euros.
  • Apoio habitacional: Contributo para a bolsa nacional de alojamento urgente e temporário.

Apesar do foco em áreas prioritárias como habitação, saúde e educação, os objetivos delineados pela autarquia foram insuficientes para assegurar o apoio da oposição. O PSD, que havia colaborado durante sete anos com a liderança socialista, destacou descontentamento com a gestão municipal, argumentando que não houve contrapartidas justas nos últimos anos.

A rejeição do orçamento levanta dúvidas sobre a governabilidade do município e põe em causa projetos fundamentais para 2025. A proposta de IMI a 0,35% e IMI familiar também foi rejeitada, acentuando a tensão política.

Para Inês de Medeiros, o chumbo representa um obstáculo significativo, mas mantém a convicção de que os apoios às famílias e o reforço das infraestruturas são prioridades que continuarão a guiar a governação.