O Município de Vila Viçosa está a implementar o percurso pedestre circular «À descoberta da Estrada Real», um trilho que promove o contacto com a ruralidade e o património local, numa extensão de 8,56 quilómetros.

Um percurso circular que pretende a descoberta da paisagem alentejana e do património histórico local. Denominado «À descoberta da Estrada Real», o itinerário está a ser alvo de uma nova fase de certificação, promovida pelo Município, com o objetivo de reforçar a sinalética, garantir condições de acessibilidade e melhorar a experiência dos visitantes.

«O percurso foi sinalizado pela entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo e está agora a ser certificado pela responsável Trails», explica Tiago Passão Salgueiro, Vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa. «Com esta certificação pretendemos manter o caminho ativo, garantindo que toda a componente sinalética e de manutenção está em boas condições».

O trajeto, de tipologia circular, tem início e fim no Largo D. João IV, junto ao Mercado Municipal, e desenvolve-se por caminhos urbanos, rurais e florestais, com desnível acumulado de 248 metros. Ao longo das três a quatro horas previstas de duração, os caminhantes percorrem a antiga Estrada Real que ligava Vila Viçosa a Elvas, hoje totalmente integrada na paisagem agrícola e florestal da região.

«É um percurso que mostra aquilo que Vila Viçosa tem de melhor: a conjugação entre a parte natural e a parte monumental», afirma o autarca. «É um percurso de natureza, mas que engloba essa componente patrimonial, uma vez que passa perto do muro da Tapada Real, onde conseguimos identificar monumentos como o Paço Ducal e, por vezes, observar espécies como veados ou gamos».

O percurso inclui passagens por locais emblemáticos, como o Castelo, o Convento dos Capuchos e o Caminho do Paraíso, além de zonas de montado e antigos olivais. A componente interpretativa está também presente em momentos específicos, como nas visitas integradas no Alentejo Walking Festival, evento em que o percurso é incluído anualmente. «Durante o festival, este percurso transforma-se numa visita comentada, com técnicos do município que explicam as características da paisagem, a fauna, a flora e a forma como o homem foi moldando o território», refere Tiago Passão Salgueiro. «As pessoas aproveitam para fotografar e para observar a riqueza ambiental que aqui temos».

A iniciativa, segundo o município, surgiu da crescente procura por experiências ao ar livre no período pós-pandemia. «Foi um produto turístico com grande impacto, sobretudo na fase pós-COVID, quando as pessoas procuravam este tipo de circuito pedestre de natureza», nota o Vice-presidente. «Queremos que este percurso continue a atrair visitantes e a oferecer uma alternativa que una lazer, ambiente e história».

O percurso está aberto ao público durante todo o ano, com sinalética clara desde o ponto de partida. «Qualquer pessoa que chegue a Vila Viçosa encontra informação precisa no início do circuito», assegura. «O trilho sai do mercado, percorre a Rua Dr. António José de Almeida, segue até à Praça da República e passa por pontos como a estátua de Bento de Jesus Caraça, o busto de Florbela Espanca, o Castelo e o Convento dos Capuchos. Está tudo devidamente identificado».

O município está igualmente empenhado em expandir este tipo de oferta para outras zonas do concelho. «Estamos a trabalhar noutros percursos, especialmente nas freguesias rurais, em parceria com as juntas», adianta. «Queremos diversificar a nossa oferta turística e valorizar o território».

Além deste projeto, Vila Viçosa participa na estruturação dos Caminhos de Santiago, com uma rota que atravessa o concelho desde os Capuchos até à antiga linha férrea em direção a Borba. «Temos já a sinalética colocada e o caminho segue pelos principais monumentos antes de se ligar aos restantes concelhos», conclui o autarca.