
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em entrevista ao canal televisivo SIC, confirmou que o serviço de urgência de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, vai permanecer com constrangimentos durante o Verão, devendo retomar o funcionamento pleno apenas a partir de setembro.
Segundo a ministra, a solução passa pela integração de uma equipa de seis médicos obstetras e ginecologistas, oriundos do setor privado, ao abrigo do programa de vagas carenciadas, e será instalado «um Centro de Responsabilidade Integrada onde as pessoas ganham com base nos resultados em saúde».
Ana Paula Martins admitiu «desconforto com os encerramentos sucessivos de urgências, lembrando os recentes casos de grávidas que perderam os seus bebés após dificuldades de acesso a cuidados no SNS, e não podemos normalizar ter urgências fechadas».
A Península de Setúbal foi apontada pela ministra como «a área mais crítica desde que assumiu funções» e reconheceu que o Hospital Garcia de Orta perdeu capacidade de resposta devido à saída de profissionais ao longo dos últimos anos.
Outro aspecto que a ministra avançou foi a intenção de avançar com um modelo de urgência regional, assente na partilha de recursos humanos entre os hospitais de Almada, Barreiro e Setúbal, que implicará legislação própria e está sujeito a negociação com os sindicatos do sector.
«Não podemos avançar com esta nova organização do trabalho sem uma negociação com os sindicatos», explicou a ministra.