
Quatro dos seis envolvidos no caso do homicídio de Pedro Ricardo, ocorrido no passado dia 6 de fevereiro em Alverca do Ribatejo, foram condenados pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte, na passada segunda-feira, 7 de julho. As penas atribuídas variam entre os 18 anos e nove meses e os 20 anos de prisão. Os condenados, dois homens e duas mulheres, terão ainda de pagar indemnizações que ultrapassam os 83 mil euros.
O coletivo de juízes do Juízo de Loures considerou provado que Octávio Costa, natural de Vila Franca de Xira, participou diretamente no ataque e foi sentenciado a 19 anos e três meses de prisão, após cúmulo jurídico, por homicídio qualificado e posse de arma proibida.
Erick de Jesus, cidadão brasileiro, recebeu uma pena única de 18 anos e nove meses, pelos mesmos crimes. As duas mulheres envolvidas, Tatiana Jordão e Iara Alves, também naturais de Vila Franca de Xira, foram condenadas a 20 anos de prisão cada uma. Além do homicídio e posse de arma, foram ainda responsabilizadas por furto qualificado, relacionado com peças de vestuário subtraídas e danos materiais na habitação da vítima.
As indemnizações atribuídas incluem 2.580 euros por danos materiais diretos, 240 euros por troca de fechaduras, e 550 euros relativos às peças furtadas. Acrescem ainda 20 mil euros pela dor sofrida pela vítima antes da morte, 100 mil euros pela perda da vida e 50 mil euros pelos danos morais causados aos pais do jovem. Os quatro arguidos estão também proibidos de usar ou portar armas por um período de 10 anos.
Foram absolvidos dois outros arguidos: João Ildefonso, de Vila Franca de Xira, e Vítor da Silva, de nacionalidade brasileira. O tribunal não encontrou provas suficientes para os responsabilizar pelos crimes imputados.
Pedro Ricardo, de 19 anos, foi atacado em pleno centro de Alverca, em frente ao Jardim José Álvaro Vidal. Teria marcado um encontro com a ex-namorada para reaver pertences, mas foi surpreendido por um grupo de jovens com quem rapidamente se envolveu numa violenta agressão. A vítima foi esfaqueada no abdómen e tentou escapar, mas caiu inanimada junto à Estrada Nacional 10, perante o olhar incrédulo de quem passava.
A intervenção dos serviços de emergência foi célere, no entanto, não foi possível reverter o desfecho trágico. Três dos suspeitos foram detidos ainda no local pela PSP quando tentavam fugir. O caso gerou comoção na comunidade, pela brutalidade do ataque e pelo facto de ter ocorrido em plena luz do dia, numa zona de grande movimento.