O distrito da Guarda executou, até ao momento, apenas 29% dos projetos contratualizados ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que corresponde a cerca de 177 milhões de euros. Deste montante, foram já pagos aproximadamente 50 milhões de euros às entidades responsáveis.

Ainda estão por executar cerca de 126 milhões de euros, distribuídos por um total de 4.262 projetos aprovados para a região. Os dados revelam que, apesar de alguma evolução, o ritmo de implementação ainda está aquém do desejado, sobretudo tendo em conta os prazos exigentes definidos por Bruxelas.

Entre os investimentos em curso, destaca-se o projeto de construção de 55 fogos de habitação acessível na cidade da Guarda, com financiamento de 6,7 milhões de euros. Estes fogos serão distribuídos entre o centro histórico (44), o Bairro Salazar / 25 de Abril (4) e antigas escolas em freguesias do concelho (7). Paralelamente, no Bairro da Fraternidade, a autarquia irá avançar com a construção de 51 fogos destinados a habitação social, num investimento total de 9,1 milhões de euros, dos quais 6,5 milhões serão suportados pelo PRR.

O concelho da Guarda continua a liderar a lista de investimentos recebidos, com cerca de 25 milhões de euros, seguido de Seia, que já beneficiou de aproximadamente 15 milhões. Desde o arranque do plano, o distrito da Guarda recebeu mais de 50 milhões de euros em pagamentos, embora muitos projetos permaneçam ainda numa fase embrionária.

As autoridades locais e as entidades executoras reconhecem a importância do PRR para o desenvolvimento da região, mas enfrentam desafios significativos no que toca à execução atempada dos investimentos. Entre os principais entraves apontados estão a morosidade nos processos burocráticos, a escassez de mão de obra qualificada e a complexidade das candidaturas.

Apesar das dificuldades, o distrito da Guarda tem demonstrado capacidade para captar financiamento e promover projetos estruturantes em áreas como habitação, coesão territorial, reabilitação urbana e educação. Contudo, será necessário acelerar o ritmo de execução para evitar o risco de perda de fundos comunitários.