O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, deixou um alerta urgente: “O Governo tem de fazer mais pelos bombeiros do que tem feito”. A falta de financiamento e a ausência de uma carreira para os bombeiros voluntários comprometem a resposta dos meios de socorro no país.

A declaração foi feita em Viseu, no final de uma homenagem aos cinco militares da GNR que morreram num acidente de helicóptero no rio Douro. António Nunes sublinhou que as associações de bombeiros enfrentam dificuldades crescentes e que, sem financiamento adequado, o socorro às populações estará em risco.

“As nossas associações precisam de apoio real”, frisou, acrescentando que, em zonas como Viseu, as carências são ainda mais evidentes. Recordou que a maioria das corporações são voluntárias e dependem de apoios para garantir operações eficazes.

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, esteve presente na cerimónia, que decorreu à porta fechada, mas recusou prestar declarações aos jornalistas.

O presidente da Liga dos Bombeiros justificou a homenagem aos militares da GNR, recordando que “eles estiveram ao lado dos bombeiros no combate aos incêndios” e que mereciam ser reconhecidos como heróis. “Nestes momentos, todos defendemos vidas, bens e o ambiente, num trabalho conjunto que nem sempre é valorizado pelos decisores políticos”, destacou.

O acidente ocorreu a 30 de agosto do ano passado, quando um helicóptero de combate a incêndios caiu no rio Douro, perto de Samodães, Lamego. A aeronave transportava um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS). Apenas o piloto sobreviveu, escapando com ferimentos ligeiros.