
O Presidente da Câmara Municipal de Benavente considerou hoje que “ficou claro que dificilmente haverá uma Mesquita em Samora Correia”, isto depois do tema ter sido debatido na reunião da autarquia que se realizou esta segunda-feira, e onde além dos eleitos, também foram intervenientes populares e candidatos autárquicos do partido Chega.
Carlos Coutinho considera ainda que ficou clarificado “que o processo foi tratado com toda a seriedade e com todo o respeito”, contrariamente ao que tentaram fazer passar.
Neste momento “não há nada” para além de um terreno que foi adquirido pela Associação Ahmadia do Islão, pois “até à data não deu entrada nenhum projeto”, esclarece o autarca, que reforça, que apenas, há alguns meses atrás existi uma simples abordagem apresentada por dois cidadãos, Fazal Ahmad, Presidente da Associação e um outro, mas que não viram abertura da autarquia para a sua construção, uma vez que “não existe uma comunidade significativa e que justificasse a construção de um equipamento deste género no concelho”.
Carlos Coutinho esclarece ainda que a situação foi debatida com todos os vereadores, com e sem funções executivas, e que existiu unanimidade em considerarem desadequado a construção de uma Mesquita naquele terreno em frente aos Bombeiros Voluntários de Samora Correia.
Questionado se este era um caso que deveria ter sido tratado de forma diferente, e se deveria ter sido dado conhecimento a todos os eleitos, Carlos Coutinho refere que “recebemos dezenas de abordagens”, e que esta não lhe pareceu diferente e como tal não teria que ter um tratamento diferenciado.
Ainda assim, o autarca foi bastante atacado pela oposição, que em clima de pré-campanha viu os eleitos do PSD, PS e Independente contestarem veemente a possibilidade de construção de uma Mesquita na cidade de Samora Correia, questionando até os propósitos em que a Associação foi recebida e o que a levou a realizar um investimento de mais de 300 mil euros na aquisição do terreno.
O candidato do Chega à Câmara Municipal de Benavente, Frederico Antunes, que se encontrava entre o público presente, teceu também duras críticas à possibilidade de Samora Correia acolher o equipamento religioso.
Carlos Coutinho esclareceu ainda que o Município de Benavente não necessitava de adquirir aquele terreno para qualquer tipo de projeto, uma vez que dispõe de diversos hectares de terreno nas imediações do que foi adquirido pela associação religiosa.
Para já o processo ficou “encerrado”, como Fazal Ahmad havia já anunciado ao NS, na entrevista onde anunciou a intenção de construir o equipamento em Samora Correia, onde admitiu mesmo que a apresentação do projeto ocorrerá após as eleições autárquicas deste ano.