A cidade de Borba acolheu, no passado sábado, 28 de junho, a quarta edição do Festival Nacional da Canção Rural, iniciativa que reuniu intérpretes de vários pontos do país com o objetivo de valorizar a ruralidade e as tradições ligadas à cultura da vinha e do vinho.

A edição deste ano foi promovida pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), em parceria com a Câmara Municipal de Borba, e decorreu no âmbito da programação da Cidade do Vinho 2025, título partilhado pelos municípios de Borba, Estremoz, Redondo, Alandroal e Vila Viçosa.

A grande vencedora da noite foi Andreia Coelho, do município de Rio Maior, com a canção «Marcha da Vindima». O segundo lugar foi atribuído ao grupo Contos de Rei, da Praia da Vitória, nos Açores, com «Amor de Lava e Vinho». Em terceiro ficaram os irmãos Miguel Veloso e José Veloso, de Cantanhede, com a música «Tinta da Bairrada».

Para o presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo, a realização do festival representa mais do que um espetáculo musical: «Tudo o que é cultura vale a pena. Estamos a fazer cultura, cada um vendo o seu lado, cada um a sua parte do país, e todos cantamos a mesma língua: o português, e acima de tudo a cultura de cada região, que é extremamente importante».

O certame distinguiu ainda Joana Teixeira, de Castelo Branco, com o prémio de Melhor Música pela interpretação de «Sangue do Chão»; PAMA (Paulo Andrade), da Mealhada, com o prémio de Melhor Interpretação pela canção «Saudades de Ti»; e João da Ilha & Evandro Meneses, de Angra do Heroísmo, com o prémio de Melhor Letra, atribuída à canção «A Casta do Benquerer».

O presidente da AMPV, José Arruda, destacou o papel do festival na ligação entre cultura e território: «É um projeto muito interessante que temos vindo a desenvolver com os municípios, desde o Minho até aos Açores. Entendemos que é muito importante também na parte musical trazermos o mundo rural, criando temáticas que nos ajudem a promover o vinho e a vinha».

A realização do evento em Borba contribuiu ainda para a dinamização da economia local, sobretudo na restauração e comércio. «Tudo o que seja feito em termos de desenvolvimento da nossa economia local é importante. Temos aqui pessoas de todo o lado que vêm a Borba e que, acima de tudo, vão gostar de Borba», sublinhou António Anselmo.

Segundo José Arruda, a Canção Rural é também uma plataforma para a descoberta de novos talentos musicais e uma forma de manter viva a ligação identitária com o setor vitivinícola: «O setor do vinho tem uma importância fundamental na área das exportações. Temos que manter esta tradição, manter esta nossa cultura ligada à vinha e ao vinho».

A próxima edição do Festival Nacional da Canção Rural está prevista para 2026, na futura Cidade Europeia do Vinho, a ser representada pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo. Até lá, os vencedores da edição de Borba participarão em outras iniciativas da AMPV, incluindo o concurso Embaixadoras dos Territórios, em setembro, em Vila Viçosa.