Natural de Loureiro, Fátima Ferreira vive na União de Freguesias desde os nove anos. É farmacêutica e atualmente desempenha o cargo de vogal no Executivo da Junta da União de Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madaíl. Após ter sido convidada pelo Partido Socialista (PS) decidiu, desta vez, candidatar-se à presidência.

Foi na década de 1980, na altura em que terminou o curso de Farmácia na Universidade do Porto, que recebeu o primeiro convite por parte do PS para integrar as listas à Assembleia Municipal. “Não tinha filiação partidária nenhuma e aceitei, mas como independente. Desde aí tenho estado sempre em alguma lista, sempre na retaguarda, que é onde mais gosto de estar, e tornei-me militante”, conta.

Não é para a “retaguarda” que se candidata desta vez, mas Fátima Ferreira garante partir para este desafio com “muita tranquilidade” e um espírito de “missão e serviço”, após Manuel Alberto Pereira anunciar que não se iria candidatar para um terceiro mandato. A socialista veio até aos estúdios do Correio de Azeméis para falar sobre o que a levou a candidatar-se, a necessidade de “estar próxima” das pessoas, as principais dificuldades do cargo e alguns dos problemas que identifica no território.

A DIMENSÃO DO TERRITÓRIO É UM DESAFIO. “Cinco freguesias, ainda que Madaíl seja muito pequena, exigem muito trabalho e atenção. Para mim, esse é o maior desafio. Neste momento o Executivo tem apenas cinco pessoas, por isso é um trabalho inglório e é muito difícil chegar a todos. Percebo que não há milagres e que todo o esforço que seja feito está sempre aquém das necessidades e daquilo que há a fazer. Não tenho medo do trabalho, mas com a humildade e simplicidade que me caracteriza, estarei sempre ao lado das pessoas e serei [sempre transparente].”

ESTAR PRÓXIMA DAS PESSOAS. “Uma União de Freguesias com esta dimensão precisa de dar atenção às pessoas. Neste último mandato colaborámos muito com as Conferências Vicentinas, porque achámos que não havia necessidade de andarmos a dividir as tarefas. Eles têm uma rede muito bem montada de apoio aos carenciados nesta União de Freguesias, mas ainda se pode ir mais longe.”

APOIO AOS MAIS CARENCIADOS. “Há um desejo que tenho: há um núcleo pequenino em Oliveira de Azeméis, que é o apoio ao estudo de crianças carenciadas. Funciona num apartamento, é um grupo pequenino de crianças que são encaminhadas pelos Vicentinos, vindas de famílias carenciadas, e pretendo dar bastante apoio a este tipo de projetos. Acho que a melhoria das condições de vida de muitas famílias começa por aqui: quebrar o ciclo de falta de condições. Acho que não é [apenas preciso] dar de comer, é preciso depois criar condições para que os filhos destas famílias consigam [usar a educação como uma forma de mobilidade social].”

CONTINUIDADE COM ALGUMAS NOVIDADES. “Há alguma continuidade [do trabalho deste Executivo] em termos de perspetiva e daquilo que são as reais necessidades desta União de Freguesias. Também as fui acompanhando com o professor Manuel Alberto e vi a dificuldade, por exemplo, ao nível do pessoal. Toda a discussão à volta dos imigrantes incomoda-me muito num país de emigrantes, sobretudo porque precisamos de pessoas para determinado tipo de trabalhos e não temos.”