A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) manifestou agrado pelas recentes declarações do Ministro da Agricultura e Pescas na Assembleia da República sobre a doença da Língua Azul. O Ministro reconheceu as limitações da medida “Restabelecimento do Potencial Produtivo”, que atualmente não abrange a maioria dos produtores afetados, e admitiu a possibilidade de apoios adicionais provenientes de outras fontes de financiamento.

No entanto, a FAABA alerta que a atual medida de apoio é inadequada para minimizar os prejuízos causados pela doença. Os danos não se limitam à morte de ovinos adultos, mas incluem também abortos, mortalidade de borregos jovens, custos elevados com tratamentos veterinários e quebras significativas no desempenho zootécnico dos animais afetados.

A Federação sublinha ainda que, em regiões vizinhas como a Andaluzia e a Extremadura, está a ser implementado um apoio especial para explorações de ovinos atingidas pela Língua Azul. Este apoio, dirigido a produtores que tenham notificado as baixas ao Ministério da Agricultura, prevê um valor aproximado de 32 euros por ovelha recenseada em 2024, com um teto máximo de 42.000 euros por produtor.

Face à gravidade da situação em Portugal e para evitar distorções no mercado, a FAABA considera essencial que os produtores portugueses beneficiem de um apoio equivalente ao que será concedido em Espanha. A entidade apela ao Governo para que adote medidas urgentes e justas, garantindo condições equitativas para os agricultores nacionais.