Os deputados Mara Lagriminha, Hugo Costa e Alexandra Leitão, eleitos pelo Partido Socialista (PS) no círculo eleitoral de Santarém, dirigiram à Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, um conjunto de questões relativas ao funcionamento do Centro de Saúde de Coruche. Os parlamentares alertam para a degradação dos serviços e para a saída de vários médicos da unidade de saúde, considerando que “existem hoje fundados receios de que, além da redução do horário do Atendimento Complementar, possa vir a acontecer o fecho efetivo do mesmo”, advertindo que tal decisão “contará com a oposição rigorosa e intransigente por parte do Partido Socialista”.

No requerimento enviado ao Ministério da Saúde, os socialistas consideram que as recentes alterações no funcionamento do Centro de Saúde de Coruche, nomeadamente a redução do horário do Serviço de Atendimento Complementar (SAC), representam “mais um bloqueio, quer ao concelho, quer à população que lá reside”.

A decisão, tomada pela Unidade Local de Saúde da Lezíria (ULS Lezíria), é vista pelos deputados como demonstrativa de “desconhecimento do território e da realidade dos serviços assegurados pelos cuidados de saúde primários”, sublinhando que “é mesmo no SNS que as falhas do Governo constituem uma ameaça ao acesso universal à saúde, sobretudo para quem vive em territórios com as características do concelho de Coruche”.

O PS sublinha ainda que, “nos últimos meses, com a gestão deste Governo, a resposta da USF em Coruche tem vindo a agravar-se em todas as dimensões”, dando como exemplo o número crescente de utentes sem médico de família.

De acordo com os dados apresentados pelos deputados, atualmente existem 5.139 utentes sem médico de família e 1.705 com médico atribuído, mas ausente por tempo prolongado, totalizando 6.844 utentes sem acesso regular a cuidados médicos. Números que, afirmam, “revelam a deterioração da resposta do SNS no concelho e contrastam com os dados anteriores, que colocavam Coruche entre os concelhos com maior cobertura de médicos de família”.

“Passámos de uma situação controlada para uma situação emergente e grave, tanto no que toca ao número de utentes sem médico de família como nas dificuldades em fixar jovens médicos no concelho”, acrescentam, lamentando que a única resposta encontrada tenha sido a redução do horário de funcionamento do SAC.

Temendo o eventual encerramento definitivo do Serviço de Atendimento Complementar, os deputados do PS questionam a Ministra da Saúde sobre os critérios que sustentaram a redução do horário do SAC, as medidas previstas para reforçar o número de médicos de família no concelho e se está previsto o encerramento total daquele serviço, que tem vindo a registar sucessivos constrangimentos nas últimas semanas.