
No âmbito das comemorações do Feriado Municipal.
Os Claustros dos Paços do Concelho de Cantanhede serão palco do “100 Paredes”, uma homenagem multidisciplinar ao centenário de Carlos Paredes que foi um dos maiores músicos portugueses do século XX, reconhecido mundialmente como o mestre da guitarra portuguesa.
Com direção artística de Bruno Costa e André Varandas, o espetáculo une música ao vivo, vídeo, teatro, dança e narrativa documental, oferecendo uma experiência sensorial e emocional profundamente envolvente.
Em palco, artistas locais e nacionais juntam-se num tributo coletivo que celebra não apenas a obra de Carlos Paredes, mas também a cultura como força viva de identidade e união.
A sessão vai contar com a participação de Bruno Costa, na guitarra portuguesa, e Nuno Botelho, na guitarra clássica, acompanhados pela voz de Beatriz Vilar e declamação de Joaquim Madeira. A estes intérpretes juntam-se um Quarteto de Cordas e elementos do Clube União Vilanovense (Carla Silva, Magda Silva e Constança Mendes), que darão corpo à componente de expressão artística, reforçando o envolvimento da comunidade neste tributo a Carlos Paredes.
O espetáculo integra um projeto nacional itinerante que percorre várias cidades portuguesas e comunidades lusas no estrangeiro ao longo deste ano.
Em cada local onde é apresentado, o espetáculo renasce com novas formas e significados, integrando talentos da região e estabelecendo um diálogo vivo com as suas memórias, sonoridades e tradições culturais.
Cantanhede junta-se agora a este percurso, acolhendo o “100 Paredes” nos Claustros dos Paços do Concelho — um espaço carregado de história e simbolismo, que espelha a universalidade e intemporalidade da música de Carlos Paredes.

Sobre Carlos Paredes
Carlos Paredes (1925–2004) foi um dos maiores músicos portugueses do século XX, reconhecido mundialmente como o mestre da guitarra portuguesa — o instrumento típico do fado, que ele levou muito além das fronteiras do género.
Filho do também guitarrista Artur Paredes, Carlos nasceu em Coimbra e desde cedo revelou um talento excecional. Apesar de uma carreira musical profundamente marcada pela ditadura e pela sua condição de funcionário público, Carlos Paredes compôs e tocou com uma liberdade artística notável.
As suas composições instrumentais — intensas, poéticas, por vezes melancólicas — reinventaram a linguagem da guitarra portuguesa, elevando-a a níveis de virtuosismo e expressão únicos.
Foi autor de álbuns icónicos como “Guitarra Portuguesa” (1967) e colaborou com nomes como José Afonso, Carlos do Carmo e Fernando Lopes-Graça.