As temperaturas elevadas que marcaram o mês de agosto em Portugal tiveram reflexo direto no consumo de eletricidade, que aumentou 3,4% face ao período homólogo, anunciou a REN. O calor intenso levou a uma maior procura energética, ao mesmo tempo que reduziu a produção a partir de fontes renováveis como a solar e a eólica.

No acumulado de janeiro a agosto, o consumo de eletricidade registou uma subida de 2,5% em comparação com 2024, confirmando uma tendência de crescimento sustentada ao longo do ano. No entanto, agosto destacou-se pela quebra no desempenho das renováveis: a produção fotovoltaica e a eólica ficaram abaixo da média histórica, com índices de 0,90 e 0,94, respetivamente.

Já no setor do gás, o consumo global avançou 12% no mesmo período, impulsionado por um crescimento expressivo de 135% no segmento de produção de energia elétrica, apesar da queda de 9% no consumo convencional.

No que respeita à produção hidráulica, esta assegurou 54% das necessidades do país em agosto, enquanto 17% vieram de energia não renovável e 29% foram garantidos por importações. Ainda assim, a REN sublinha que, no verão, os valores de afluência hídrica, apesar de acima da média, não têm grande impacto.

Entre janeiro e agosto, as renováveis representaram 71% do consumo nacional de eletricidade, com destaque para a hidroelétrica (30%), eólica (24%), fotovoltaica (12%) e biomassa (5%). O gás natural respondeu por 14% do abastecimento, ficando os restantes 15% dependentes de importações.