A esmagadora maioria da área ardida no ano passado, 84 por cento, é atribuída a ações criminosas ou ao uso indevido e incauto do fogo, conforme revelam os últimos dados e o relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

Os bombeiros combateram 6.255 incêndios florestais, uma redução de 17 por cento em comparação com o ano anterior. Contudo, a área queimada disparou, atingindo uma extensão quatro vezes maior do que em 2023. Essa disparidade sublinha a intensidade e o impacto dos incêndios que ocorreram, muitos deles de grande escala e dificílimos de controlar.

O relatório da AGIF é categórico: os incendiários e o uso indevido do fogo são os principais culpados, respondendo por 83% das ocorrências. Tal cenário reforça a urgência das recomendações apresentadas para a mudança de comportamentos e o reforço das medidas de prevenção.

As regiões Norte e Centro de Portugal foram as mais afetadas, concentrando 97 por cento de toda a área ardida nacional em 2024. Nessas áreas, os incêndios criminosos causaram os maiores estragos.

No Norte, metade da área queimada foi responsabilidade de incendiários, enquanto na região Centro, impressionantes 75% do total da área consumida pelas chamas resultaram de fogo posto.

Estes números superam as médias históricas e acendem um alerta máximo para a necessidade de ações específicas nestas zonas.