Foi a partir de uma conversa ocasional com António Fialho, vereador da Câmara de Reguengos de Monsaraz com o pelouro da Cultura e Património, que surgiu o desafio: levar a assinatura de um dos mais notáveis nomes das artes plásticas do país aonde ela raramente é vista. O resultado inaugura-se nesta sexta-feira, na Igreja de Santiago, em Monsaraz, e na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz. Sob o título "Pedro Cabrita Reis, Paisagem, Figura e Natureza Morta", nasce uma exposição com duas dezenas de obras recentes de pinturas e esculturas de parede executadas com materiais encontrados, da série "Natura Morta".

"Estes lugares obrigam-me a pensar noutra maneira de mostrar o meu trabalho e de proporcionar que pessoas que não conhecem o que faço o possam descobrir", explica o artista, uma das figuras mais relevantes da arte contemporânea portuguesa, com uma carreira consolidada a nível nacional e internacional, sendo amplamente reconhecido pelo seu trabalho multidisciplinar que cruza pintura, escultura, instalação, fotografia e desenho.

“O que um artista faz é introduzir um olhar diferente”, diz Pedro Cabrita Reis
“O que um artista faz é introduzir um olhar diferente”, diz Pedro Cabrita Reis

Com um percurso que o levou a representar Portugal em grandes eventos internacionais como a documenta IX (1992, em Kassel), as bienais de São Paulo (1994 e 1998) e de Veneza (2003 e 2013), e que inclui as suas obras em coleções de alto prestígio como a Tate Modern, o Centre Pompidou, o Museu Serralves ou o MAAT, entre muitos outros, Pedro Cabrita Reis nem hesitou em aceitar o convite da autarquia. "Gosto de poder  levar o que faço ao interior do país. Agrada-me a ideia de expor  em lugares fora dos grandes centros urbanos e esta exposição em Reguengos é disso testemunho."

Provocador e emocional, Pedro Cabrita Reis é ainda presença comum nas mais conceituadas galerias e museus, tendo também desenvolvido importantes projetos de arte pública, como a escultura monumental "Central Tejo", em Lisboa, que se tornou um ícone da arte urbana contemporânea portuguesa. Ao longo dos anos, também teve um papel relevante enquanto curador, professor e influenciador da cena artística portuguesa.

Agora e até 5 de outubro, as obras do artista podem ser visitadas diariamente na Igreja de Santiago, entre as 9.30 e as 17.30, e de segunda a sábado na Biblioteca Municipal, das 10.00 às 17.30.