
O Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia assinala-se este sábado, 24 de maio. No âmbito desta efeméride, o Lifestyle ao Minuto reuniu algumas informações acerca desta doença mental grave e incapacitante.
De acordo com o site da rede de saúde CUF, a esquizofrenia "afeta de forma profunda a forma de pensar da pessoa, a sua vida emocional e o seu comportamento em geral. Além do doente em si, todos o que o rodeiam sofrem com esta patologia, dadas as dificuldades de relacionamento social, familiar e profissional que ela provoca."
A patologia atinge cerca de 1% da população e tende a manifestar-se no final da adolescência. Embora não faça distinção entre sexos, raças ou culturas, as populações mais afetadas são as rurais e os grupos sociais com baixo nível socioeconómico e cultural.
O aparecimento da doença é mais precoce em indivíduos do sexo masculino (entre os 15 e os 25 anos) e mais tardio em pessoas do sexo feminino (entre os 25 e os 30 anos). Trata-se de uma doença que raramente ocorre depois dos 45 anos.
Em Portugal, no Censo Psiquiátrico de 2001, as esquizofrenias foram, no conjunto dos internamentos, das consultas e das urgências, as doenças mais frequentes (21,2%), sendo a principal causa de internamento e a terceira nas consultas.
"Os esquizofrénicos raramente são violentos, embora os delírios de perseguição e o uso de drogas aumentem esse risco. Quando a violência ocorre, atinge geralmente os membros da família e ocorre dentro de casa", pode ler-se no site supra referido.
Quais são os sintomas da esquizofrenia
A esquizofrenia é caracterizada por sintomas psicóticos, que incluem delírios, alucinações, pensamento e fala desorganizados, e comportamento bizarro e inadequado. Os sintomas psicóticos envolvem uma perda do contato com a realidade.
Entre os sintomas mais comuns destacam-se:
Alucinações: Podem ser auditivas, visuais ou olfativas. O doente frequentemente está convicto de que os outros conseguem ler os seus pensamentos, controlá-los ou que desejam fazer-lhe mal. Essa convicção aterroriza-o, tendendo-se a afastar ou a ficar muito agitado;
Discurso confuso: Muitas vezes não faz sentido e pode ser interrompido subitamente a meio de uma frase. Os pensamentos tendem a ser muito desorganizados;
Alterações dos movimentos: O paciente pode ficar sentado durante horas sem se mover ou falar, ou repetir certos movimentos vezes sem conta. Noutras ocasiões, parece estar perfeitamente bem.
Quais são as causas para esta patologia
A genética é importante para a esquizofrenia. Embora a doença afete cerca de 1% da população, ela atinge 10% das pessoas que têm um familiar em primeiro grau com esta patologia. Pensa-se que, em muitos casos, seja necessária uma interação entre a genética e o meio ambiente para que se possa desenvolver, embora essas interações sejam pouco conhecidas.
"Outra origem possível é um desequilíbrio químico a nível cerebral, no que diz respeito aos neurotransmissores dopamina e glutamato. Estas substâncias permitem que diferentes áreas do cérebro comuniquem entre si e, como tal, o seu equilíbrio é fundamental", relata a CUF. "Foram também identificadas diferenças na estrutura cerebral de 52 doentes com esquizofrenia. Estas alterações podem ocorrer durante o desenvolvimento do cérebro e manifestar-se apenas na puberdade."
Risco de suicídio
Segundo o Manual MSD, entre 5% e 6% das pessoas com esquizofrenia cometem suicídio, cerca de 20% tentam, e uma quantidade muito maior tem pensamentos suicidas significativos.
O suicídio é a principal causa de morte prematura em pessoas jovens com esquizofrenia e é um dos principais motivos pelos quais a esquizofrenia causa uma redução de dez anos no tempo de vida médio.