
Aos 37 anos, Pedro Sousa dá vida a JD, o protagonista da novela A Protegida. A experiência de dar corpo a esta personagem tem sido, como o próprio admite “um espetáculo. Ele é um guerreiro, é um homem… Eu estou sempre a gozar aqui com o pessoal. Já não se fazem homens como o JD. Infelizmente. Porque o JD é mesmo uma boa pessoa”, sublinha Pedro Sousa. O ator destaca a integridade e o caráter da personagem, mesmo quando o enredo o obriga a mentir ou a tomar decisões difíceis. “Ele está a lutar pela sobrevivência”, explica. Para o ator, a riqueza emocional do papel é um privilégio. “Enquanto ator é muito bom ter uma personagem destas porque tem muita coisa a acontecer. Agora está preso, por exemplo. Tem uma história de amor incrível. Tem lutas, muitas lutas”, partilha.
A novela conta ainda com momentos mais ternurentos, como os que envolvem a bebé Carlota, a filha fictícia do casal. Pedro ri ao lembrar-se das gravações com o boneco usado em algumas cenas. “Aquele boneco é engraçado, mas gravar com o bebé mesmo é incrível”, assume. E questionado se estas cenas lhe dão vontade de ser pai, o ator explica: “Eu sinto-me muito vagabundo ainda. Gosto de viajar, de ter tempo livre. Não planear nada. Detesto planear”.
Contudo, apesar de não ter o desejo imediato de ser pai, Pedro Sousa admite essa possibilidade. “Não é de todo um objetivo traçado. Mas enquanto ser humano, ter essa experiência fará parte. Nunca ia morrer sem saber o que isso é”, confessa. Já sobre o balanço do projeto, o protagonista é claro. “Muito cansativo, mas tenho tido uma sorte brutal. Apostaram em mim. Tenho tido personagens diferentes, muito boas.
Por isso, este cansaço todo acumulado tem uma boa razão de ser. Não me posso queixar”, garante. Com as gravações prestes a terminarem, o ator só pensa em descansar. “Tenho muita vontade de virar hippie durante largos meses. Mochila às costas e desaparecer. Prancha na capa e ir por aí fora.” Ainda sem planos concretos, admite que há projetos a pairar: “Tenho umas coisas que podem acontecer. Por um lado quero muito que aconteçam. Por outro, o meu lado preguiçoso e vagabundo não quer. Neste momento a prioridade é acabar a novela e desaparecer uns meses”.
Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt) Fotos: Helena Morais