Falta uma semana para a terceira – e última – audiência do julgamento que opõe os Anjos a Joana Marques. É a 30 de junho que a humorista vai apresentar as suas testemunhas no Palácio da Justiça. E a opinião pública está dividida: há quem apoie a dupla, enquanto que outros defendem a humorista.

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Humorista reage à polémica publicação de Sandra Felgueiras

E, nas redes sociais, Sandra Felgueiras também fez questão de se posicionar e comparou a guerra com o processo entre os Anjos e Joana Marques. “Descubra as semelhanças entre o ódio português e o ódio no mundo. A liberdade é o maior legado de qualquer democracia. Mas a liberdade tem limites. E são claros: termina onde começa o ódio. Quando o ódio se converte em palavras que podem gerar ações, violência e, no limite, conduzir ao terrorismo. O terrorismo é o ato de infligir o medo pela inexistência de limites ao ódio indiscriminado sobre civis. É a ausência de qualquer humanidade. De qualquer racionalidade. É o vazio moral”, começou por escrever.

A jornalista da TVI publicou o textos horas depois de ter sido tornado público que os EUA tinha entrado na guerra e acabou por comparar a guerra com o julgamento. “É por esta razão que se iniciam guerras de proporções inimagináveis como estamos a assistir com a entrada em cena dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Irão. (…) Sei que fica bem dizer que o humor é uma arte que tem de ser respeitada porque, não aceitar este argumento, é por em causa a liberdade. Essa tão famigerada liberdade pela qual esta geração lutou imenso desde o ventre das suas mães. É tudo lindo quando não é connosco. Quando o discurso de ódio, travestido de neo-nazi, de ayatollah ou humorista, não nos toca a nós. Se a humorista fosse uma criança na escola, estaríamos todos a concordar que ela faz bullying. Ou seja, usa as palavras para atingir gratuitamente o outro. “, continuou.

Sandra Felgueiras continuou e não tem dúvidas do desfecho do processo: “O que muda no caso dos Anjos? Eles não são crianças e são figuras públicas. Esta dupla condição já ditou a vitória de Joana Marques em tribunal. Não, não foi crime. E sim, eles puseram-se a jeito. Ah! Desculpem. Imaginem que eu agora diria isto de uma mulher que foi violada porque estava de minissaia em público? Imaginem que ninguém intervinha ou que ainda aplaudiam o ódio que ia nas veias de quem a violava? Não, não é comparável. Os atos são sempre diferenciados, mas a génese é a mesma: chama-se ódio. Não tem um propósito benéfico à sociedade como deve ter todo o jornalismo, nem de criar algo novo. Alimenta-se da gaffe para denegrir. São todos os humoristas assim? Claro que não! A maioria sabe que as palavras geram atos”, finalizou.

Joana Marques não ficou indiferente ao texto de Sandra Felgueiras e, nas stories, ‘gozou’ com o texto. “Que saudades do ‘descubra as sete diferenças’. Isto é muito mais complicado: ‘descubra a semelhança entre um Ayatollah, um neonazi e um humorista”.

Sandra Felgueiras recebe milhares de críticas

A publicação tornou-se polémica e chegou aos dois mil comentários com várias pessoas a não concordar com o texto de Sandra Felgueiras e a comparação que fez com a guerra. “Oh Sandra …”, escreveu Iva Domingues. Também Fernando Rocha fez questão de deixar umas palavras. “Ri tanto com este texto que desconfio que foi a Joana Marques que escreveu. Joana, és tu? Sai dessa conta que não te pertence”, ironizou o humorista.

Muitos internautas também ‘deram um puxão de orelhas’ à jornalista. “Nota-se que a Sandra já constou dos episódios de Extremamente Desagradável. Uma jornalista escrever um texto destes dá medo”, “Por acaso não concordo na totalidade! Porque estás a partir da premissa que a piada surgiu por ódio, o que não me parece de todo que tenha sido essa a motivação…” e “Comparar uma crónica humorística com terrorismo, ódio institucional e até violência sexual é não só desonesto, como irresponsável. A Joana Marques não incitou ao ódio, fez o que sabe fazer: humor. E quem fez disto uma coisa do outro mundo não foi ela. Foram os próprios Anjos, ao exigir 1 milhão de euros por um vídeo que mostra uma atuação desafinada. Uma atuação que aconteceu. Do nosso hino”, foram alguns dos milhares comentários deixados na publicação.

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Texto: Carolina Marques Dias Fotos: Impala e redes sociais