Foi neste domingo, dia 20 de julho, que os humoristas Hugo Sousa, Gilmário Vemba e Murilo Couto viram a sua atuação em Maputo, do espetáculo de comédia ‘Tons de comédia‘, mas a atuação teve de ser cancelada. Isto porque os humoristas revelaram que estavam detidos no aeroporto de internacional de Maputo Mavalane e impedidos de entrar em Moçambique.

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“Ao chegarem ao balcão de imigração, o mesmo agente requereu o visto de atividades culturais”

Já nesta segunda-feira, dia 21, foi lançado um comunicado oficial que explica toda a situação. “A comitiva do Tons de Comédia chegou ao aeroporto de Maputo às 14h40 (horário local), de domingo, proveniente de Luanda, em voo da TAAG. O grupo tinha um espetáculo agendado na cidade para as 17h neste mesmo dia. Antes de se dirigirem ao balcão de imigração, foram abordados por um agente da autoridade, que solicitou os passaportes da comitiva, alegando que lhes seria concedida prioridade devido à proximidade do show. No entanto, ao chegarem ao balcão de imigração, o mesmo agente requereu o visto de atividades culturais“, pode-se ler no comunicado enviado à imprensa.

“O grupo respondeu que havia solicitado o mesmo apenas para o Murilo Couto, dado que, por ser brasileiro, não poderia beneficiar da isenção de visto. Para tal, foi notificado a apresentar o comprovativo de estadia em Maputo, devidamente carimbado pelo hotel. Este documento foi enviado poucos minutos após a sua solicitação, nos dias anteriores à viagem, mas nunca houve qualquer resposta. Considerando que dispunham de toda a documentação necessária, o grupo mostrou-se disponível para proceder com o visto de fronteira e para efetuar o pagamento correspondente, uma vez que a tabela de preços estava afixada e havia balcões disponíveis para este fim. (…) O feedback que o grupo recebia de vários elementos ligados ao serviço de imigração indicavam que o assunto estava a ser tratado e que seria resolvido”, continua.

No comunicado, é referido que “um representante da TAAG veio até o grupo e informou que a imigração havia pedido que a comitiva fosse ‘devolvida’ a Luanda. Contudo, devido ao overbooking na companhia, não seria possível o regresso no voo imediato”, afirmando que só havia um voo na terça-feira. “Por parte das autoridades e dos funcionários do aeroporto, foram prestados poucos esclarecimentos”, é dito no comunicado, antes de se acrescentar que, algum tempo depois, perceberam que a resolução da situação poderia demorar mais tempo do que o esperado, o que fez com quem o grupo e a produção local decidissem cancelar o espetáculo e proceder ao reembolso dos bilhetes, “uma vez que não havia uma estimativa clara sobre o tempo que levariam para resolver a questão.”

Por volta das 19:00h, após insistentes esforços de Pedro Gonçalves, Manager do grupo que os acompanhava, foi possível, em uma sala reservada, falar com o responsável pelo serviço de imigração. Foi-lhe informado que, em virtude de ordens superiores, não seria autorizada a entrada no país e que a comitiva teria de aguardar no aeroporto pelo voo de regresso a Angola, o qual só estaria disponível na terça-feira seguinte. Nesse momento, o Pedro informou que estava previsto o regresso do grupo a Portugal em um voo da TAP, agendado para o dia seguinte (segunda-feira), pelo que não se justificava aguardar pelo voo de regresso a Luanda. Solicitou então, considerando que o espetáculo já havia sido cancelado, supostamente o motivo pelo qual o grupo teria sido impedido de entrar no país, e tendo em conta que para turismo não seria exigido visto, que fosse autorizada a entrada temporária do grupo como turistas, a fim de poderem realizar uma refeição, pernoitar no hotel e regressar ao aeroporto na manhã seguinte para embarcar no voo com destino a Lisboa”, pode-se ler ainda.

No entanto, o serviço de imigração referiu que apenas o manager da equipa poderia sair do aeroporto, já que o seu nome e imagem não estavam no cartaz do espetáculo, algo negado por Pedro Gonçalves. “Em menos de dez minutos, foi comunicada a decisão de que o grupo deveria permanecer no local até ao embarque no voo da TAP com destino a Portugal, altura em que lhes seriam devolvidos os passaportes. Foi ainda referido que, caso necessitassem de comida ou bebida, teriam de recorrer a alguém externo que lhes pudesse trazer o necessário. O grupo passou a noite ali mesmo, no aeroporto. A produção local, conseguiu providenciar-lhes comida e bebida. E neste momento encontram-se já em viagem de regresso a Lisboa, onde vão ficar os próximos dias até partirem para a Tour no Brasil“, finaliza o comunicado.

Texto: Rita Velha Fotos: Redes sociais