
A 'polémica' em torno da troca de palavras entre Catarina Furtado e a deputada do partido Chega Rita Matias continua a dar (muito) que falar, e a motivar reações entre as figuras públicas.
Recentemente, a apresentadora da RTP voltou às suas redes sociais para deixar um novo 'desabafo', no que pareceu ser uma reação à situação que se tornou viral, e que envolveu comentários de outras personalidades ligadas à área da televisão mas também da política.
Desta vez, foi Helena Coelho, antiga apresentadora do canal público, a querer manifestar-se sobre o assunto. A companheira de Legendary Tigerman (de quem espera um filho) saiu em defesa da colega de profissão.
Nas stories do Instagram, onde partilhou um longo relato, começou por dizer: "O ego inflamado da Rita Matias ao ser confrontada com a própria ignorância chocante saiu em fúria desonesta e em molde com os seus valores fascistas e medíocres", atacou desde logo.
"Ora, vejamos. Uma deputada na Assembleia da República, pelo Chega, não saber qual o valor pago pelo RSI [Rendimento Social de Inserção] - quando o mote da campanha do seu partido é acabar com o mesmo - é de uma ignorância chocante, que envergonha e descredibiliza não só o seu partido mas também a figura representativa de um/a deputado da AR".
"A Catarina Furtado ao espelhar a realidade da ignorância da Rita Matias, fez o seu papel cívico de alerta às consciências adormecidas e escancarou o óbvio: o problema do RSI para a Rita Matias em nada tem a ver com os gastos com o mesmo - é impossível ter a ver quando esta desconhece se o valor deste subsídio é de 1 euro ou 1.000 euros. Tem a ver, tal como a Catarina Furtado salientou e bem, com o ódio da Rita Matias dirigido às classes mais frágeis".
"E daí percebe-se bem que a agenda do seu partido é direcionada à implementação de divisões sociais perigosas para a sociedade democrática, humanista e solidária que os valores de Abril conquistaram. A resposta da Rita Matias à Catarina é medíocre, infantil e espelha mais uma vez a sua ignorância. O ataque foi dirigido ao salário da Catarina Furtado", salientou.
E continuou, ao enumerar o que denotou como quatro pontos que considera fulcrais na discórdia entre Rita Matias e Catarina Furtado, entre eles o valor do salário da comunicadora.
"1. - O salário da Catarina Furtado é significativamente inferior ao que um/a apresentador/a do seu prestígio ganha nas estações privadas. 2. - A figura da Catarina e o que ela representa pela sua contribuição humanitária, pelos valores sociais e pela igualdade de género, é um exemplo que deve ser mantido como cara de uma estação pública".
"3. - O salário da Catarina está muito abaixo do retorno que dá à estação pública pelos compromissos publicitários pagos à estação pública, sendo emitidos não só nos intervalos do programa mas também nos patrocinadores do programa que investem por ter a figura da Catarina a apresentá-lo. Ou seja, investem não só pelo papel da apresentação de prestígio, mas também pelo ativismo social que é praticado pela Catarina fora dos seus compromissos com a RTP. 4. - A Rita Matias ter ripostado desta forma abriu ainda mais as portas para espreitarmos a irresponsabilidade política de um partido que tem a intenção de acabar com o RSI quando desconhece de todo o mesmo. A irresponsabilidade espelha-se ainda mais ao comprido quando nota-se um total desconhecimento por parte de uma das caras mais representativas do Chega sobre os trâmites financeiros na gestão de recursos da estação pública".