
Katia Aveiro, irmã de Cristiano Ronaldo, recorreu neste sábado, 5 de julho, às suas redes sociais para responder às várias críticas que o internacional português está a receber devido à sua ausência no funeral de Diogo Jota e do irmão, André Silva. Recorde-se que os dois futebolistas perderam a vida num trágico acidente em Zamora, em Espanha, na passada madrugada de quinta-feira, dia 3.
Através de um conjunto de publicações, que englobam imagens com textos e vários vídeos, a empresária criticou o "circo mediático" que se gerou em torno da não presença de CR7 no funeral. "Silêncio também é empatia e talvez devêssemos aprender com isso. Nem tudo o que parece é. Nem toda a ausência é desrespeito. Nem toda a presença é apoio. Estou a falar sobre dor e não sobre holofotes", começou por escrever.
Logo depois, a irmã do jogador português considerou que a repercussão da ausência de Cristiano Ronaldo desviou toda a atenção do essencial, que é precisamente a perda de vida de Diogo Jota e de André Silva. "É absurdamente vergonhoso assistir a canais de televisão, comentadores, redes sociais a dar ênfase a uma ausência (sábia) do que homenagear com respeito a dor de uma família mutilada, destruída pela perda de dois irmãos. Tenho vergonha até de assistir. Lamentável".
Também num conjunto de vídeos tornados públicos, Katia Aveiro reforçou ainda o facto de CR7 ser "uma figura mediática" e que diariamente "sofre muito mais" do que a família. "Onde ele vai é motivo de aparato. O meu irmão não pode ir a casamentos; o meu irmão não pode ir a uma festa, por exemplo, de um sobrinho ou de um evento meu, porque se perderia também o foco do objetivo. O meu irmão não pode ir a uma café ou a uma esplanada por razões óbvias", esclareceu.
"Imaginem o meu irmão ter ido ao velório do Diogo e do André, não vamos ser hipócritas, não sejam hipócritas. 'Ai o capitão não foi ao funeral…' mas quem é que está a falar de futebol? Ali não se trata de futebol, trata-se de uma família que perdeu duas pessoas, dois filhos, um marido, um namorado, um pai, um amigo, um primo, um neto. No caso, dois. Ou seja, não estamos a falar de futebol, aqui não existe capitão, não existe isso, existe a realidade. Parem de ser hipócritas e fica feio", acrescentou ainda.
Como forma de partilhar uma experiência dolorosa anterior, Katia Aveiro recordou o dia do funeral do pai, há cerca de 19 anos. "Além da dor da perda tivemos que lidar com enchente de câmaras e curiosos no cemitério. […] Destruíram campas, jazigos, pessoas em cima de muros subiram onde lhes calhava. Foi destruição total num cemitério nunca antes vista. Sem respeito nenhum. E não era para prestar homenagem como devem calcular", relatou.
"Vocês devem ter um trauma qualquer, uma obsessão pelo meu irmão, devem achar que ele é tipo máquina, que não tem sentimentos. Ele sabe o que está a fazer. A dor de cada um só nós é que sabemos como é que passamos, a forma de fazer o luto cada um sabe. É que isto é uma coisa que é ridícula…", desabafou ainda como forma de defender Cristiano Ronaldo e a decisão do internacional português de não estar presente no funeral de Diogo Jota e André Silva.