
Morreu o músico e produtor Luís Jardim. Ao longo da sua carreira trabalhou, como músico de estúdio (sobretudo na percussão), com algumas das maiores estrelas internacionais do pop/rock da segunda metade do século XX, de Tina Turner a Elton John, na Inglaterra que escolheu para viver na viragem dos anos 60 para os 70. Cumpria esta sexta-feira 75 anos e a notícia da morte foi avançada por Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira, de onde Jardim era natural.
Luís Alberto Figueira Gonçalves Jardim nasceu na Madeira a 4 de julho de 1950.
Nos anos 60, no Funchal, fez parte do conjunto de yé-yé Demónios Negros. Na viragem da década foi para Inglaterra estudar Administração Comercial. Aí continuou ligado à música, na banda Rouge, por si formada, que vigorou entre 1973 e 1977.
Viu depois abertas as portas das casas de produção do reputado Trevor Horn, tendo tocado nos anos 80 em discos marcantes como “The Lexicon of Love”, dos ABC, ou “Welcome To The Pleasure Dome”, dos Frankie Goes To Hollywood, bem como “Slave to the Rhythm”, de Grace Jones.
Já na década de 90, juntou os seus créditos as primeiros discos de Seal. Domina vários instrumentos - da bateria e várias percussões, o seu talento principal, à guitarra e ao baixo - tendo-se tornado requisitado músico de estúdio.
O site Discogs.com lista mais de 700 créditos de Luís Jardim em discos de nomes tão variados como Rolling Stones, Paul McCartney, David Bowie, Madness, Prefab Sprout, David Gilmour, Duran Duran, Tears for Fears, Goldie, Elton Johnn, Björk, Marillion ou Pet Shop Boys, entre muitos outros.
A sua polivalência permite-lhe seguir em digressão com Tina Turner, George Michael, Rod Stewart, entre outros. Tocou também em concertos de Robbie Williams, no início da carreira a solo do ex-Take That.
Em Portugal, colaborou com a cantora Ana, também madeirense, e com Midus, a voz dos Roquivários, nos anos 80. Produziu discos de Rui Veloso e esteve ligado ao lançamento e consolidação da carreira de João Pedro Pais, entre outros.
Sempre uma voz polémica e detentora de uma visão crítica sobre o meio artístico português, fez parte do júri das duas primeiras séries do concurso de talentos “Ídolos”, da SIC, e desempenhou funções semelhantes nos programas da TVI “Uma Canção Para Ti” e “A Tua Cara Não Me É Estranha”.
O músico foi encontrado em paragem cardiorrespiratória em casa no Vilar, Cadaval, avança o “Correio da Manhã”. O óbito foi declarado no local.