De acordo com o programa hoje divulgado pela Culturgest para o período de setembro de 2025 a janeiro de 2026, destaca-se ainda uma homenagem a José Afonso, a fusão entre dança e cinema, em parceria com a BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas, o festival Operafest e o regresso da peça "Catarina e a beleza de matar fascistas" (já esgotada).

A abrir a temporada, apresenta-se o espetáculo "Nôt", da coreógrafa cabo-verdiana Marlene Monteiro Freitas, o mesmo que abriu no sábado o Festival de Avignon, e a encerrar, regressa "Canine Jaunâtre 3", com o Ballet de Ópera de Lyon.

O Alkantara Festival traz a Lisboa criações de Dorothée Munyaneza -- "umuko", uma ode à memória e criatividade da juventude ruandesa -- e de Francisco Thiago Cavalcanti & um cavalo disse mamãe -- "Cantar", que faz do canto um ato de resistência.

Também marcam presença o espetáculo colaborativo que funde dança e cinema "Ocean Cage", de Tianzhuo Chen e Siko Setyanto, numa parceria com a BoCA, e o projeto "Sonhos Comuns", de Ana Rita Teodoro, que consiste numa exploração dos sonhos.

Outros destaques da programação, na área do teatro português, são o espetáculo "Burn Burn Burn", de Catarina Rôlo Salgueiro e Isabel Costa / Os Possessos, sobre o apagamento histórico, e um tributo musical e poético a José Afonso, por Gonc¸alo Amorim.

De regresso está também "Catarina e a beleza de matar fascistas", de Tiago Rodrigues, espetáculo que esgotou os bilhetes minutos após terem sido postos à venda.

No campo musical, a Culturgest acolhe pela primeira vez o festival Operafest, com a estreia nacional da ópera "Julie", de Philippe Boesmans, a que se segue "Naquele Dia em Lisboa", um cineconcerto de Matthew Herbert e Daniel Blaufuks.

O jazz brasileiro ganha voz com Hermeto Pascoal e seu novo álbum dedicado à memória da mulher, "Pra você, Iza".

A programação inclui ainda concertos de música eletrónica com Kara-Lis Coverdale e Fennesz & Lillevan, e projetos portugueses como Três Tristes Tigres, que apresentam "Arca", e Rafael Toral, que lança "Traveling Light", explorando os cruzamentos entre jazz e eletrónica.

O ciclo de conferências promove diálogos sobre ecossistemas, justiça social, tecnologia e narrativas humanas, com nomes como Marlene Monteiro Freitas, Ashley Shew e Djaimilia Pereira de Almeida, contemplando ainda debates sobre tecno-capacitismo e a ética ambiental, incluindo a exibição do documentário Ecossistema Zero.

No entanto, neste campo das conferências, o grande destaque vai para o ciclo "Água -- Ecossistemas em Coexistência", que propõe um diálogo sobre futuros regenerativos e éticas ecológicas, de outubro a maio, com a participação de artistas, cineastas e ativistas.

No domínio das artes visuais, a Culturgest apresenta exposições de artistas como a alemã Alexandra Bircken, Carlos Nogueira, Sara Graça e a brasileira biarritzzz, com obras que transitam entre escultura, desenho e vídeo.

O ciclo Joga o Jogo, a partir da Coleção CGD, continua a sua itinerância pelo país, enquanto outras exposições ocupam espaços como o Panteão Nacional - Luisa Correia Pereira, "Possibilidades de Expressão" - e o Centro Cultural Raiano -- "Casa das Novidades".

A programação cinematográfica integra o Lisbon Arab Film Festival (LAFF), Doclisboa e, pela primeira vez, o festival LEFFEST, com uma seleção de filmes internacionais premiados, debates e eventos paralelos que aproximam o cinema de outras artes e culturas.

Por fim, a área de participação reforça o compromisso social da Culturgest com projetos colaborativos e educativos como "Isto Não é Um Cubo", "Três Tempos com Xullaji" e o projeto de dança educativa P.E.D.R.A., envolvendo jovens e comunidades em processos de criação artística.