
O diretor artístico do festival, Martim Sousa Tavares, que dirige pelo segundo ano consecutivo, afirma no 'site' do evento que "a aposta nos artistas portugueses se mantém", destacando a participação da Orquestra Municipal de Sintra, da Orquestra do Algarve e o recital de Irene Lima e da pianista Marta Menezes, além da "intérprete de exceção a nível mundial" que é Maria João Pires.
A pianista, de 80 anos, atua pela 14.ª vez neste certame, apresentando-se no dia 15 de junho, no Centro Cultural Olga Cadaval (CCOC), num recital antecedido por uma conversa, no mesmo dia em que se estreia um documentário sobre o festival, "o mais antigo do género no país", assinala Sousa Tavares.
O documentário "Festival de Sintra 1957-2025", de João de Santa Clara, não será o único filme a exibir no festival, uma vez que no dia 22 de junho é exibido "Coda" (2019), de Claude Lalonde, sobre o pianista e compositor Ryuichi Sakamoto (1953-2023).
Também no dia 22, atua o ensemble formado no festival Bang on a Can, nos Estados Unidos, apresentando um concerto dedicado ao legado de Ryuichi Sakamoto.
O concerto de abertura, no dia 12 de junho, na sala do trono do Palácio de Queluz, é protagonizado pelo pianista Christian Zacharias e pelo Quarteto de Leipizig, com um programa que "incide sobre dois dos principais formatos de câmara, o quarteto de cordas e o quarteto com piano", segundo uma nota do programa. Serão interpretados o quarteto de cordas em Lá Bemol Maior e o quinteto com piano n.º 2 em Lá Maior, de Antonin Dvorák.
Nesta edição regressam as caminhadas, uma forma de "homenagear a natureza", refere Sousa Tavares. "Para saudar o nascer do sol no dia mais longo do ano", no dia 21 de junho, às 05:00 tem início a caminhada pela serra que culmina com um concerto pelo guitarrista Bruno Pernadas "com vista para nascente", no parque de estacionamento da Peninha.
Ainda no dia 21, mas às 19:00, sobe à cena "Speak Low", um "espetáculo musico-teatral" de homenagem ao compositor Kurt Weil (1900-1950), com guião e arranjos de Martim Sousa Tavares, um coprodução da Orquestra Sem Fronteiras, Teatro Municipal S. Luiz, de Lisboa, e Centro Cultural Raiano, de Idanha-a-Nova.
"A partir da música de Weill e da poesia que lhe dá forma, segue-se no encalço das transições que o compositor viveu, qual Orfeu do século XX, da Alemanha de Weimar para a Alemanha Nazi e por fim para os Estados Unidos, no que isso representa enquanto caminho artístico e humano", segundo nota no "site" do Festival.
O espetáculo conta com projeção filmográfica de Adriana Romero e tem em palco dois músicos - Sérgio Gladkyy, no acordeão, e Miguel Marôco, ao piano -, e a atriz Catarina Wallenstein, enquanto narradora e cantora.
Segue-se uma mesa-redonda sobre a diáspora, o exílio e a emigração, moderada por Lís Barros, na qual participam Catarina Wallensteine a escritora franco-marroquina Leïla Slimani, residente em Portugal, e o fotógrafo português Daniel Blaufuks.
Outra caminhada está programada para dia 14, às 11:30, a partir do terreiro rainha Dona Amélia até à Quinta de Mont Fleuri, com o cantautor Tiago Nacarato.
No dia 20, no CCOC, o maestro Cesário Costa dirige a Orquestra Municipal de Sintra D. Fernando II, sendo solista o clarinetista sueco Martin Fröst, num concerto cujo programa inclui a Sinfonia da ópera "Artemisia, Regina di Caria", de António Leal Moreira, o Concerto para clarinete em Lá maior, de Mozart, e a suíte "Pulcinella", de Stravinsky.
Tal como na anterior edição, realiza-se um "Duelo de Pianistas", que junta, no dia 18, no CCOC, o norte-americano Dan Tepfer e o português Daniel Bernardes.
Irene Lima e Marta Menezes apresentam-se no 19 de junho, no Paço dos Ribafria. O programa do recital é constituído pela Sonata para Violoncelo e Piano nº 3 em Lá Maior, de Beethoven, "Fantasiestücke", de Schumann, e a Sonata para Violoncelo e Piano, de Luís de Freitas Branco.
Da programação faz ainda parte um recital pela pianista Joana Gama, "E as Flores", a terceira parte da trilogia dedicada à natureza iniciada com o espetáculo "As árvores não têm pernas para andar" (2020), destinado ao pré-escolar, dia 14, o recital a solo pelo violoncelista italiano Mario Brunello, também no dia 14, na sala da música do Palácio Monserrate, e, também dia 14, a estreia em Portugal da meio-soprano francesa Katia Ledoux, acompanhada ao piano pelo australiano Bochlan Brow, para interpretar "chanson française", desde o início do século passado até à década de 1970.
O concerto de encerramento, no dia 22, no CCOC, é protagonizado pela Orquestra do Algarve, sob a direção do maestro espanhol Pablo Urbina, sendo solista a violinista escocesa Nicola Benedetti, com um programa que conta com a Sinfonia em Mi-bemol Maior, de Carl Philipp Emanuel Bach, o Concerto para Violino em Lá Maior, "Turco",de Mozart e a Sinfonia n.º7, de Beethoven.
O ano passado assistiram ao festival 3.588 pessoas, segundo dados da câmara.
A programação do Festival está disponível em https://festivaldesintra.pt/programa.html.
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