Os resultados definitivos da sessão indicam que os índices de referência S&P 500 (+0,52%) e Nasdaq (+0,52%) superaram os seus máximos históricos no fecho, uma recuperação impressionante após o colapso do mercado em abril, desencadeado pelas políticas protecionistas de Donald Trump.

O Dow Jones Industrial Average subiu 1%.

Nos últimos dois meses, "as notícias têm sido cada vez mais positivas (...) no âmbito comercial", frisou à agência France-Presse (AFP) Tom Cahill, da Ventura Wealth Management.

O mercado bolsista dos EUA foi hoje impulsionado pela conclusão de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, que, segundo Washington, inclui a aceleração dos envios de terras raras para os Estados Unidos.

Este acordo prevê ainda, segundo a China, que Washington suspenda certas restrições contra si. Pequim tem sido o principal alvo de Trump na guerra comercial que lançou desde o seu regresso à Casa Branca, em janeiro.

No entanto, em meados da sessão, Wall Street vacilou após o anúncio do Presidente norte-americano de que estava a suspender imediatamente as negociações comerciais com o seu vizinho canadiano, considerando o imposto de Otava dirigida aos gigantes digitais um "golpe direto e óbvio" para os Estados Unidos.

"Este desenvolvimento acrescenta alguma incerteza com um dos maiores parceiros comerciais do país", sublinhou à AFP Angelo Kourkafas, da Edward Jones.

E "lembra-nos mais uma vez que, à medida que nos aproximamos de 09 de julho", data em que deverão entrar em vigor tarifas mais elevadas sobre as importações de dezenas de países, "existem catalisadores para alguma volatilidade", lembrou o analista.

"Nas próximas duas semanas, iremos provavelmente concentrar-nos no comércio", antecipou Kourkafas.

Para Tom Cahill, "o cenário é favorável para os preços das ações e (...) vão subir", tanto mais que "até agora, não vimos um impacto significativo na inflação" das tarifas.

A inflação recuperou ligeiramente no mês passado nos Estados Unidos (+2,3%), de acordo com o índice PCE divulgado hoje, que também mostrou que os consumidores norte-americanos estão mais cautelosos com os seus pagamentos.

Esta recuperação não surpreendeu nem os analistas nem a Reserva Federal (Fed).

No mercado obrigacionista, o rendimento dos títulos do governo norte-americano a 10 anos subiu para 4,27%, em comparação com 4,25% no fecho de quinta-feira.

No mercado bolsista, a gigante do transporte por aplicações Uber caiu (-1,73% para 91,51 dólares), depois de notícias do New York Times terem sugerido que a empresa poderia ajudar a financiar a aquisição, por Travis Kalanick, da subsidiária americana da empresa de automóveis autónomos Pony.ai (-6,31% para 13,66 dólares).

A fabricante de equipamento desportivo Nike disparou (+15,24% para 72,07 dólares) depois de ter divulgado resultados decrescentes para o quarto trimestre do seu ano fiscal escalonado na noite de quinta-feira, mas melhores do que os analistas esperavam.

Outras empresas de vestuário e equipamento desportivo beneficiaram do impulso da Nike, como a Lululemon Athletica (+1,49%, para 235,02 dólares) e a Dick's Sporting Goods (+3,55%, para 202,84 dólares).

 

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