O montante total de empréstimos destinados à habitação concedidos em Portugal totalizou, em março, 104,4 mil milhões de euros. Esta é a 14.ª subida consecutiva em cadeia, ficando 908 milhões acima de fevereiro, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) nesta terça-feira.

Em relação a março de 2024, o ‘stock’ de crédito à habitação viu um aumento de 5,4%, o maior crescimento homólogo desde setembro de 2008. O banco central informa ainda que o número de devedores de crédito à habitação subiu 2476, totalizando agora 1,96 milhões.

O montante total de empréstimos a particulares ascendeu a 135,16 mil milhões de euros, mais 5,8% do que no mesmo mês do ano anterior. Além dos empréstimos para habitação, os créditos ao consumo e outros fins constituem o ‘stock’ restante, que atingiu 30,8 mil milhões em março. Este valor está 218 milhões acima de fevereiro e cresceu 7,1% face a 2024. O BdP sublinha que os empréstimos para outros fins tiveram o maior crescimento desde julho de 2008. Tanto os créditos à habitação como os créditos ao consumo cresceram acima da Zona Euro.

Olhando para os dados mais em detalhe, é possível observar que o crédito pessoal subiu 115 milhões em cadeia, totalizando 12,8 mil milhões, o que corresponde a uma subida de 7,6% em termos homólogos. Já o crédito automóvel atingiu 8,5 mil milhões, mais 69 milhões do que nos mês anterior, equivalendo a uma variação anual de 10,1%. Por fim, os cartões de crédito viram o seu ‘stock’ subir 28 milhões face a fevereiro, fixando-se em 3,2 mil milhões, mais 9,1% do que no ano anterior.

Do lado das empresas, o total de empréstimos concedidos por bancos ascendeu a 72,7 mil milhões em março, mais 65 milhões do que em fevereiro. Este valor está 1,4% acima do mesmo mês do ano anterior, o crescimento mais alto desde agosto de 2022.

As micro e as grandes empresas tiveram variações anuais positivas, de 9,7% e 1,1%, respetivamente. Já as pequenas e as médias mantêm-se em campos negativos, com -0,6% e -4,4%, respetivamente. As empresas portuguesas continuam, desde dezembro, a endividar-se menos do que os pares da Zona Euro.