![Rock in Rio gerou 120ME na economia em 2024 e regressa ao Parque Tejo em junho de 2026](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Na próxima edição, a 'cidade do rock' volta a ser erguida no Parque Tejo, onde o Rock in Rio Lisboa se estreou no ano passado, "estando previstas melhorias em várias áreas", de acordo com a organização, numa conferência de imprensa em Lisboa, na qual foram também divulgados resultados de um estudo de avaliação do impacto económico do festival, no valor de 120 milhões de euros.
A mudança do Rock in Rio Lisboa do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo originou várias críticas por parte do público, nomeadamente em relação aos acessos ao recinto, falta de sombras e longas filas para aceder a espaços de restauração e casas de banho.
Segundo a organização, em 2026 a área para o público passará a ser de 145 mil metros quadrados, mais 15 mil metros quadrados do que no ano passado, "garantindo mais espaço de circulação e maior comodidade para todos" e permitindo a ampliação das plateias de todos os palcos.
Além disso, haverá também um aumento de 40% de casas de banho e de 30% em áreas de restauração, bem como novas zonas de descanso.
A organização anunciou ainda que a mobilidade "também será reforçada, com um plano de transportes melhorado, mais opções e novos parceiros, para facilitar o acesso ao recinto".
A 10.ª edição do Rock in Rio Lisboa, que aconteceu em junho do ano passado, contou com 300 mil espectadores ao longo de quatro dias, aos quais se juntaram cerca de 14.000 credenciados, entre 'staff' e jornalistas.
Do cartaz da 10.ª edição fizeram parte bandas e artistas como Scorpions, Macklemore, Ed Sheeran, Doja Cat, Jonas Borthers, Camila Cabello, Lucas Graham, Ne-Yo, Ivete Sangalo, MC Cabelinho, Luísa Sonza, Ornatos Violeta e Fernando Daniel, entre muitos outros.
Segundo um estudo levado a cabo pela Nova SBE (School of Business and Economics), a 10.ª edição do festival gerou 120 milhões de euros de impacto direto na economia nacional.
Um dos coordenadores do estudo, João B. Duarte, explicou à Lusa que, para chegar a este valor, foram tidos em conta dois conjuntos de atividades relacionadas com a realização do festival: gastos de produção do festival, com montagens de palco e marketing, por exemplo, e gastos do público, com alojamento, restauração, viagens.
"São 120 milhões de euros vendidos a empresas que estão em Portugal ou a pessoas que estão em Portugal. Tirámos os gastos de produção com artistas internacionais, só contemplando artistas nacionais, por exemplo", referiu João B. Duarte.
O impacto tem três tipos de efeitos: direto (por exemplo, a refeição num restaurante), indireto (produtos comprados pelo restaurante para confecionar a refeição) e induzido (o rendimento gerado pelo aumento de emprego, que em parte entra novamente na economia em consumo), explicou.
Para realizar o estudo, a equipa da Nova SBE contou com a colaboração da organização do festival, que forneceu o demonstrativo de resultados de exercício, "que tinha muito detalhado todo o tipo de gastos feitos e a quem", e um inquérito feito ao público em 2024, que contou com 1.009 respostas.
De acordo com a organização, 60% do público presente na edição de 2024 era de fora da Grande Lisboa.
A informação recolhida foi depois ligada "a todos os demais setores da economia, através de uma matriz de Input-Output do INE [Instituto Nacional de Estatística]", conseguindo a partir daí calcular-se os efeitos diretos, indiretos e induzidos.
O trabalho num festival de música está muito concentrado numa parte do ano, embora haja pessoas que a ele se dedicam o ano inteiro.
O estudo refere também que o Rock in Rio Lisboa gerou 2.204 empregos. "O que fizemos foi tentar perceber quanto emprego é possível o Rock in Rio Lisboa sustentar, equivalente a tempo inteiro", referiu João B. Duarte.
Quer isto dizer que "em remunerações, o Rock in Rio Lisboa conseguiria sustentar 2.204 empregos a tempo completo", em 2024.
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