A Revolut contratou Frédéric Oudéa, antigo CEO do Société Générale (SocGen), para liderar o negócio da Europa Ocidental. A contratação surge no momento em que a fintech se prepara para pedir uma licença bancária em França.

A entrada de Oudéa reforça a estratégia de expansão da Revolut no mercado europeu ocidental. Em maio, a empresa anunciou um investimento de mil milhões de euros em França ao longo dos próximos três anos, incluindo a abertura de um novo escritório em Paris.

Depois de escolher Paris para sede da região, a Revolut já tinha anunciado também a nomeação de Beatrice Cossa-Dumurgier, ex-executiva do BNP Paribas, para CEO responsável pelo neobanco em França e pelas operações em Portugal, Irlanda, Alemanha, Espanha e Itália.

Com mais de 60 milhões de clientes a nível global, a Revolut é atualmente a maior das fintechs europeias que surgiu na última década, embora não disponha de agências físicas. A empresa prepara ainda uma venda de ações que poderá valorizar a companhia em 75 mil milhões de dólares, face aos 45 mil milhões registados em agosto de 2024.

A fintech já detém uma licença bancária na Lituânia, que lhe permite operar na União Europeia, e obteve no ano passado uma licença com restrições no Reino Unido, esperando estrear-se como banco no mercado britânico ainda este ano. Um porta-voz da Revolut contou previamente à Reuters que a conquista de uma licença francesa permitiria uma maior proximidade com os reguladores e produtos mais adaptados aos clientes locais.

Nos Estados Unidos, a Revolut estuda a possibilidade de adquirir um banco como via para entrar no mercado com licença própria, segundo a imprensa internacional. A empresa não comentou sobre esta opção.

A nomeação de Frédéric Oudéa segue a tendência de gestores de topo da banca tradicional a ingressarem em fintechs. Em agosto, o banco digital alemão N26 anunciou Andreas Dombret, antigo dirigente do Bundesbank, como presidente do conselho de supervisão.