A banca de investimento em Espanha enfrenta o seu pior desempenho em fusões e aquisições (M&A) desde 2012. No primeiro semestre de 2025 a atividade de fusões e aquisições em Espanha registou menos transações e, além disso, de menor dimensão em comparação com o mesmo período de 2024. As receitas obtidas pelos bancos de investimento em operações de fusões e aquisições diminuíram 41%, para 131,3 milhões de dólares (112,2 milhões de euros), o valor mais baixo do primeiro semestre desde 2012, de acordo com dados recolhido pelo El Economista.

As razões prendem-se com a persistente incerteza geopolítica e o impacto da política de tarifas imposta por Donald Trump, que estão a levar os investidores a agirem com mais cautela.

Entre janeiro e junho do ano passado, segundo o jornal, foram fechadas várias transações acima de 1.000 milhões de dólares, especialmente no setor das telecomunicações e da energia, que representaram mais da metade das receitas obtidas pelos bancos de investimento no negócio de fusões e aquisições em Espanha. Entre elas, a fusão entre a Orange Espanha e a MásMóvil e a aquisição pelo governo de uma participação de 10% na Telefónica.

No ranking de consultoras financeiras de M&A, o JPMorgan subiu à liderança, com uma quota de mercado de 35,5% e transações no valor de 13 mil milhões de dólares (cerca de 11,11 mil milhões de euros). Superou o Citi e o Santander Investment Banking. Em sentido inverso, o BBVA caiu da quarta para a décima posição, com uma quota de apenas 4,2% e transações no total de 1.559 milhões de dólares (cerca de 1.332 milhões de euros), uma queda de 89% face ao mesmo período de 2024.

De forma geral, os serviços de consultoria em M&A representaram 23,5% das receitas totais da banca de investimento em Espanha no semestre, num total de 559,2 milhões de dólares (cerca de 478 milhões de euros), valor 30% inferior ao do primeiro semestre do ano passado e o terceiro mais baixo dos últimos vinte anos, destaca o jornal.

A nível global, o cenário foi mais estável: as receitas com M&A mantiveram-se nos 16.925 milhões de dólares (cerca de 14.467 milhões de euros), e as receitas globais da banca de investimento recuaram 1%, para 60.500 milhões de dólares (cerca de 51.713 milhões de euros).

Apesar da fraqueza do primeiro semestre, especialistas acreditam que o setor poderá recuperar alguma dinâmica nos próximos meses.