
A Qonto, fintech francesa de gestão financeira para PME e profissionais independentes, apresentou um pedido de licença bancária junto da Autoridade de Controlo Prudencial e de Resolução de França, com o objetivo de ampliar as suas capacidades em matéria de empréstimos, poupanças e investimentos.
Esta etapa estratégica marca um novo avanço em direção a uma oferta bancária mais independente e competitiva, oito anos após a sua criação.
A licença bancária, explica a empresa, permitirá oferecer mais serviços aos cerca de 600 mil clientes profissionais que possui em França, Alemanha, Itália, Espanha, Países Baixos, Bélgica, Portugal e Áustria.
“O nosso objetivo é oferecer os serviços bancários profissionais mais seguros e flexíveis, com preços transparentes, nos quais as empresas possam confiar. As PME precisam de soluções de financiamento completas”, refere Alexandre Prot, CEO e cofundador da Qonto. Em comunicado, o CEO acrescenta que “a obtenção da licença bancária vai permitir-nos ir mais longe, com total independência. Este pedido baseia-se na nossa solidez financeira, uma vez que atingimos a rentabilidade com um ano de antecedência em 2023, e insere-se plenamente na nossa missão: oferecer liberdade financeira a dois milhões de PME e independentes na Europa até 2030”.
Paralelamente ao pedido de licença, a empresa refere que continua a investir numa infraestrutura bancária reforçada, nas suas equipas de gestão de risco e no desenvolvimento de novos produtos. E defende que a aliança inédita entre a solidez bancária tradicional e a inovação fintech responde às expectativas das empresas europeias, que procuram uma plataforma única que combine fiabilidade e modernidade.
Neobancos entram na banca tradicional
Recorde-se que, recentemente, a propósito da OPA do BBVA ao Sabadell, a Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência de Espanha analisou o mercado e reconheceu que os neobancos e as fintech representam uma “ameaça competitiva” para os bancos tradicionais, com a Revolut e a Qonto como as principais protagonistas.
Também a Revolut solicitou recentemente uma licença bancária em França, país onde pretende instalar a sua segunda sede na União Europeia e onde vai investir mais de mil milhões de euros em três anos. A Revolut tem atualmente cerca de 55 milhões de clientes em todo o mundo e a ambição de chegar aos 100 milhões nos próximos anos.
Outra fintech que está a crescer e a entrar no mercado mais tradicional da banca é a Trade Republic. De origem alemã, acaba de abrir uma sucursal em Espanha, país onde atingiu o marco de um milhão de clientes.
Em entrevista ao Jornal PT50, recentemente, Antón Díez Tubet, country manager da Trade Republic para Portugal e Espanha, revelou que também tem em vista a abertura de uma sucursal em Portugal.