O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, exaltou nesta Terça-feira, em Maputo, o papel determinante dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) na construção da unidade nacional e no desenvolvimento económico do país, ao discursar na cerimónia de celebração dos 130 anos da empresa pública.

“Celebramos um marco que ultrapassa a nossa imaginação e entra para o domínio da memória nacional e do orgulho colectivo dos moçambicanos”, afirmou o Chefe do Estado na Estação Central dos CFM, na Cidade de Maputo.

Daniel Chapo destacou que, em 1895, com a inauguração da ligação ferroviária entre Lourenço Marques e o Transvaal, nascia “a chamada estrada do progresso”.

Segundo explica, a chegada do comboio representou “as promessas de modernidade e transformação” de um país que soube transformar um projecto colonial num pilar da sua afirmação nacional.

“O que poderia ser apenas um empreendimento colonial tornou-se, nas mãos e no suor dos moçambicanos […] um instrumento poderoso de coesão territorial, de desenvolvimento económico, social e de criação de cidadania”, declarou o estadista, apontando os CFM como alicerce na ligação entre regiões e povos, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico.

O chefe do Estado reforçou que os Caminhos-de-ferro desempenharam um papel insubstituível na integração nacional e regional, ligando Moçambique a países vizinhos como África do Sul, Zimbabwe, Malawi, Zâmbia e Eswatini.

De acordo com o Presidente Chapo, os CFM também influenciaram o crescimento urbano e social de várias localidades.

“Muitas das nossas cidades nasceram à volta de estações ferroviárias; muitas vilas ganharam vida graças à água, à luz, às escolas e ao desenvolvimento do nosso país”, disse.

O Governante lembrou ainda que o Estádio Nacional da Independência [outrora designado Estádio da Machava] foi erguido pelos CFM, reforçando os laços entre o transporte ferroviário e a história nacional.

A cerimónia sublinhou o contributo dos CFM para a mobilidade, a integração do território e a promoção do comércio interno e externo, com impacto real na vida das populações e no fortalecimento da economia.

O Presidente Daniel Chapo concluiu sublinhando que os Caminhos-de-Ferro de Moçambique representam o “comboio da vida” e simbolizam a própria revolução, afirmando que Moçambique resiste à destruição, guiado pela vontade de viver de um povo que não desiste, numa mensagem marcada pela resistência, esperança e confiança no futuro.